Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024
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Região com três Observatórios de Aves Selvagens

A partir desta semana, o Alto Tâmega conta com um conjunto de três Observatórios de Aves Selvagens características desta região. Estão situados em zonas possuidoras de uma grande beleza natural e representa a concretização de um projecto inovador, promovido pela Associação de Desenvolvimento Regional do Alto Tâmega, ADRAT, iniciado em 2005 e agora concluído. Chama-se […]

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A partir desta semana, o Alto Tâmega conta com um conjunto de três Observatórios de Aves Selvagens características desta região. Estão situados em zonas possuidoras de uma grande beleza natural e representa a concretização de um projecto inovador, promovido pela Associação de Desenvolvimento Regional do Alto Tâmega, ADRAT, iniciado em 2005 e agora concluído. Chama-se “Birdwatching” e tem três pólos de observação: Vale de Valoura (Vila Pouca de Aguiar), Barragem do Alto Rabagão, em Pisões (Montalegre) e, em Chaves, próximo do rio Tâmega.

Este projecto, financiado por fundos comunitários e pela CCDRN, conta com a colaboração de três autarquias: Vila Pouca de Aguiar, Montalegre e Chaves.

“Esta iniciativa (a “Birdwatching no Alto Tâmega”) é financiada pela CCDRN e pela União Europeia. Tem o apoio do Município de Vila Pouca de Aguiar. Procura dar a conhecer as diferentes espécies de aves, criando percursos temáticos e colocando Observatórios de Aves em locais estratégicos. Estas estruturas são refúgios, em madeira, integrados na paisagem, onde o visitante poderá ver as aves no seu ambiente natural, sem ser notado. Os observatórios são pequenas cabines em madeira, camufladas, têm orifícios, contêm painéis de interpretação, descrição das espécies e possuem informação de percursos pedestres. Haverá, ainda, um outro grande painel, com ilustrações das aves mais importantes e textos explicativos” – referiu, ao Nosso Jornal, a bióloga Catarina Chaves, uma das técnicas da autarquia aguiarense que participa neste projecto e que tem feito várias acções de sensibilização, junto da população e das crianças de Valoura, para a importância da conservação das aves.

 

Medida para sustentar a aposta no Turismo

de Natureza

 

Catarina Chaves adiantou-nos alguns dados sobre o “Birdwatching”.

“O Vale de Valoura foi um dos três locais escolhidos, entre toda a região do Alto Tâmega (que inclui os concelhos de Montalegre, Chaves, Boticas, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar), pois apresenta habitats naturais de grande qualidade, onde ainda se pode observar a Águia-de-asa-redonda, o Mocho-galego, o Chapim-real, entre muitas outras espécies. O Observatório de Aves de Valoura estará, constantemente, aberto ao público, recebendo todos os que queiram conhecer as nossas aves, sejam habitantes do nosso concelho ou visitantes de outras partes do país. Também será importante para as visitas escolares”.

Segundo a mesma bióloga, é necessário “contar com a ajuda de todos os habitantes de Valoura e das localidades vizinhas, para proteger e divulgar este espaço, esclarecendo onde se encontra instalado e zelando para que não seja alvo de destruição. Estima-se que esta iniciativa possa atrair, à localidade, pessoas de outras paragens, trazendo benefício ao desenvolvimento da terra” – acrescentou.

A Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, desde a primeira hora, acolheu, de bom grado, a iniciativa da ADRAT. Filipe Nascimento Teixeira, técnico do Município e que acompanha o projecto do Observatório de Aves de Valoura, só vê vantagens na iniciativa.

“É uma medida tendente a sustentar a aposta no Turismo de Natureza que temos vindo a implementar e que visa, também, promover e dinamizar a rede dos percursos pedestres existentes no concelho, em especial na zona envolvente ao trilho de Cubas”.

O autarca acredita que o projecto pode trazer progresso: “Constatamos (o Município e a ADRAT) que existe, na zona de Valoura, uma riqueza abundante e diversificada de aves que devemos preservar, dando mais vida às aldeias, mostrando às pessoas que o ambiente pode constituir um factor de desenvolvimento da comunidade local. É, também, um piscar de olho, não a um turismo de massas, mas a um turismo de qualidade, com pessoas que aliam os recursos ao gosto selectivo. O nosso concelho só tem a ganhar com este tipo de actividade turística”.

 

Seminário Internacional

de Ornitologia, em Montalegre

 

Marco Fachada, da ADRAT, responsável pelo Projecto, referiu, ao Nosso Jornal, os objectivos da iniciativa: “A ideia é promover a região, através da componente do Turismo de Natureza, e, neste caso, através das aves selvagens que ainda existem na região do Alto Tâmega. É um plano que começou em 2005 e que vai concluir-se, em Junho próximo. Será dirigido para os turistas, estudantes e comunidade em geral, com o objectivo de, além de dar a conhecer as aves, fazer uma sensibilização, para a conservação das várias espécies”.

Segundo Marco Fachada, vai ser editado um livro alusivo ao projecto, com lançamento público, em Montalegre, a 10 e 11 de Maio, no decorrer de um Congresso Internacional Ornitológico que será promovido pela ADRAT e que vai realizar-se com o apoio do Programa Operacional da Região Norte, no âmbito do Projecto “Guia das Rotas do Alto Tâmega” (acção “Birdwatching no Alto Tâmega”). Será o “I Seminário Internacional de Ornitologia do Alto Tâmega”, a realizar no Pavilhão Multiusos,

 

Pontos atractivos, com jardins ecológicos

 

Segundo os especialistas, estes observatórios devem estar localizados próximo de “pontos atractivos” para as aves, geralmente locais com boa disponibilidade de alimento (através da existência de árvores frutíferas e “jardins ecológicos”, onde as aves se reproduzam, como “ninhais”. Também podem ser colocados em habitats especiais, como a beira de lagos ou terrenos banhados, dossel de mata. Neste último caso, o observatório é chamado “torre de observação”.

No interior do Observatório podem ser instalados equipamentos de observação, como lunetas e binóculos. Apesar de serem usados, com maior fre- quência, para a observação de aves, estes observatórios podem servir, naturalmente, também para a observação de outros grupos animais, especialmente mamíferos.

Em Portugal, já existem alguns Observatórios de Aves, nomeadamente em Coimbra, Lisboa (Monsanto) e Vilamoura. Também, no distrito de Viseu, em Britiande, no concelho de Lamego, existe um observatório privado para observação de aves, enquanto que outros Municípios da região se preparam, também, para avançar com a implantação de estruturas semelhantes.

 

José Manuel Cardoso

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