Mascarenhas Ferreira, actual reitor da Universidade, adiantou, ao Nosso Jornal, as novidades do primeiro processo eleitoral, desde a revisão dos estatutos da maior academia transmontana, entre os quais se destaca o facto de se poderem candidatar ao cargo pessoas exteriores à Universidade. “Qualquer doutorado, com experiência académica comprovada, poderá candidatar-se à reitoria”, confirmou o reitor, revelando que a abertura do período de apresentação de candidaturas, que decorre até ao dia 26 Maio, foi publicada em jornais nacionais e internacionais.
Francisco Seixas da Costa, que preside o Conselho Geral da UTAD, acredita que a universidade “só tem a ganhar” com o confronto de vários projectos, de várias ideias e perspectivas. “Será uma grande vitória se pudermos lançar um debate estratégico de natureza universitária”, considerou o mesmo responsável, explicando que se é necessário um projecto de continuidade, numa instituição como uma universidade, uma entidade dinâmica, é também importante a discussão sistemática e regular desse projecto.
Sem um perfil traçado sobre quem poderá candidatar–se à reitoria, existe apenas um conjunto de requisitos curriculares aos quais os interessados devem responder. “Pode ser alguém de dentro da UTAD, de outra universidade ou mesmo do estrangeiro”, esclareceu Francisco da Seixas Costa.
As candidaturas serão admitidas por uma comissão eleitoral nomeada pelo Conselho Geral, organismo que, no dia 19 de Junho, irá votar, elegendo assim o próximo reitor da UTAD. Mascarenhas Ferreira explicou que essa é exactamente a principal novidade do processo eleitoral já que a decisão, que antes era tomada pela Assembleia da Universidade, agora ficará a cargo de um grupo mais restrito de pessoas que constituem o Conselho Geral, nomeadamente 23 representantes dos estudantes e do corpo docente e não docente, onde se inclui ainda os seis membros cooptados.
Relativamente às movimentações dentro da UTAD, o Nosso Jornal não conseguiu confirmar nomes, no entanto, na comunidade universitária, já são comentados “dois ou três” que poderão vir a candidatar-se ao cargo.
Dentro de dois meses, com a eleição do novo reitor, Mascarenhas Ferreira vai despedir-se da função que ocupou durante oito anos, um período do qual faz um balanço positivo apesar de todas as dificuldades provenientes da crise económica, sentida a nível nacional e em especial no Ensino Superior, e de todas as transformações ocorridas no seio da academia. “De 2002 até hoje, a situação não foi muito favorável do ponto de vista do financiamento e a universidade, à semelhança de outras instituições de ensino superior, teve que superar várias dificuldades”, explicou o reitor.
Mascarenhas Ferreira sublinhou ainda todas as transformações efectuadas ao nível organizacional, desde a revisão dos estatutos até à sua reestruturação em escolas, referindo que nos próximos anos ainda haverá muita a coisa a fazer nessa área.
“Temos um plano estratégico e um contrato de confiança com o Governo. Temos esperança no futuro”, frisou o reitor, levantando ainda o véu quanto ao seu próprio futuro ao revelar que poderá usufruir de um direito que lhe concede um período de actualização científica, de seis meses a um ano. “Nos últimos anos, a ciência foi posta um pouco de parte em prol da gestão universitária”, reconheceu o reitor cessante, sem revelar se voltará a dedicar-se à investigação ou à docência universitária.
“Vou parar para pensar, vou olhar os desafios que me serão colocados e então tomar a decisão”, concluiu.