Criada para colmatar a lacuna causada pela extinção do Gabinete Técnico Intermunicipal do Alto Douro Vinhateiro e tendo como função fazer a ligação entre a Administração Central, intervenientes locais e a Comissão Nacional da Unesco, a Unidade de Missão do Douro já tem um rosto. Ricardo Magalhães foi a escolha do Governo, para assumir as rédeas da estrutura. Uma nomeação que coincidiu com o debate comemorativo dos 250 anos da Região Demarcada na Assembleia da República
Ricardo Magalhães foi indigitado, no dia 4, Chefe de Projecto da Unidade de Missão do Douro (UMD), estrutura que, anunciada em Agosto de 2006, deverá entrar em funcionamento “dentro de duas ou três semanas”.
Ocupando, actualmente, o cargo de Vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Ricardo Magalhães foi considerado como a escolha mais acertada, por vários autarcas e individualidades da região duriense. “Foi uma excelente escolha”, frisou Carlos Lage, Presidente da CCDR-N, considerando que “Ricardo Magalhães é uma personalidade com um conhecimento e uma preocupação pelo Douro conhecidos, de há muito”.
Os autarcas da Régua, Santa Marta de Penaguião e Murça, entre outros, já manifestaram a satisfação de ver Ricardo magalhães à frente da entidade que tem como objectivo “promover o desenvolvimento integrado da Região do Douro e a articulação entre as entidades da Administração Central e Local, com competências, na região, bem como estimular a participação e a iniciativa da sociedade civil”.
Nascido em Luanda (Angola), em 1952, e radicado, desde jovem, no Douro, Ricardo Magalhães foi Secretário de Estado dos XIII e XIV Governos Constitucionais, entre 1995 e 2002, nas áreas de Planeamento, Ambiente e Recursos Naturais. Antes, havia desempenhado as funções de Vice-Presidente da então CCRN e de Director Regional de Ordenamento do Território e de Ambiente, na mesma entidade. Do seu currículo, constam, ainda, as funções de docente, nas Universidades do Porto e de Aveiro, e de Presidente da Unidade de Gestão do Programa Operacional de Trás-os-Montes e Alto Douro, no âmbito do primeiro QCA, entre outras responsabilidades.
No mesmo dia em que foi conhecido o responsável pela UMD, foi dado outro passo, em prol do desenvolvimento da região, com a aprovação de um projecto de resolução, apresentado pelos deputados socialistas eleitos pelos distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda.
O documento que contou com os votos a favor do PS, PSD e CDS/PP e com os votos desfavoráveis do PCP/PEV e BE, apresenta um conjunto de recomendações que, segundo Jorge Almeida, “sugere, ao Governo, ideias que poderão trazer, para a região, o que ela, efectivamente, precisa”.
A principal inovação do projecto é que se “estude a possibilidade de criação de incentivos às empresas, de forma a aumentar a capacidade instalada da fileira do vinho do Porto, na região do Douro”.
“Este é um Projecto de Resolução que tenta expiar os pecados do Partido Socialista e do seu Governo, para com a região, e que são muitos, pelo que este documento mais parece um Projecto de Redenção do que de Resolução”, sublinhou Ricardo Martins, deputado do PSD, eleito pelo círculo de Vila Real, durante o debate do projecto de resolução, apresentado pela bancada socialista.
No entanto, apesar de acreditarem que o “projecto de resolução é redundante, tímido e mal elaborado”, o documento mereceu a aprovação dos sociais-democratas que o tomaram como “um sinal de descontentamento, para obrigar o Governo a fazer algo mais pela região duriense”.
“É assim que o interpretamos e vamos votar”, concluiu o deputado do PSD.
Maria Meireles