Detentora da Concessão de Pesca Desportiva no Rio Corgo (Vila Real), a Associação de Caçadores e Pescadores “Fojo do Lobo” em colaboração com o Departamento da Conservação da Natureza e Florestas do Norte e o Serviço de Proteção e Natureza e do Ambiente, SEPNA da GNR de Vila Real, protagonizaram uma ação de repovoamento do rio Corgo numa frente de rio com cerca de 2 km, maioritariamente próximo de Vilarinho da Samardã.
Segundo o presidente desta associação, “o troço escolhido do rio é um dos que reúne mais condições para a sobrevivência e reprodução da espécie”. “O local tem água fria e um ótimo habitat para a espécie”. Foram largadas cerca de 400 trutas de 19 cm de comprimento e 1000 alevins (truta pequenina), que só deverá ser autorizada a sua pesca para 2015, dado o seu tamanho. “Para a próxima época estas já podem ser capturadas”, frisou.
Numa manhã cinzenta e chuvosa, a operação, que durou cerca de 2 horas, foi meticulosamente preparada e acabou por constituir um sucesso. Esta foi a primeira ação de repovoamento levada a cabo por esta associação. As condições de relevo e a qualidade da água do rio representam uma mais-valia, daí não ter surpreendido ninguém que um pescador recentemente pescou uma truta fário com cerca de 50 cm de comprimento, pesando mais de um quilo. O aumento da densidade deste peixe no rio poderá significar mais pescadores desportivos. Sendo assim, de acordo com Manuel Vilela, já este ano, em outubro /novembro, deverá haver um novo repovoamento truteiro. De referir que, estas trutas são oriundas do viveiro do Marão.
Truta fário, a mais procurada
Esta espécie piscícola é a mais apreciada e procurada pelos pescadores. É também considerada a verdadeira truta nacional. Possui colorações mais ou menos acentuadas, dependendo dos cursos de água onde vive, do tipo de alimento, da sua evolução ao longo de gerações e consequente adaptação para aquele curso de água em que vive. Uma outra espécie, as trutas mariscas, são na realidade trutas fário que depois de atingiram a maturidade descem os rios (quando tal é possível) passando algum tempo no mar. Até hoje, não se sabe a razão de apenas algumas destas trutas tomarem esta atitude e outras não. Regressam depois, para a procriação com um aspeto bastante diferente quer na coloração, quer no aspeto morfológico, sendo frequentemente confundidas com salmões.
Além de truta fário, é conhecida como truta castanha e pintona, dependendo das regiões. A nível gastronómico é muito procurada. A verdadeira “truta à moda de Chaves, recheada com o dito e famoso presunto”, é preparada com esta espécie.
De salientar que, o rio Corgo revela ao longo do seu curso aptidões para outras espécies, nomeadamente para o barbo, boga, enguia e salmonídeos, juntando a isto, uma grande biodiversidade ao nível da fauna. Encontram-se aqui espécies muito interessantes associadas a rios de montanha, como o melro-de-água ou espécies associadas a escarpas como o melro-azul e a andorinha-das-rochas.




