Na zona ribeirinha de Chaves, esta segunda-feira, eram muitos os curiosos que, de telemóvel na mão, iam tirando fotografias e filmando o rio fora das suas margens.
Mas se para uns o cenário é digno de registo, para outros é um verdadeiro pesadelo e os próximos dias serão para fazer contas aos estragos causados pela subida do caudal do rio Tâmega. É o caso de Maria Celina Salgado, proprietária do restaurante “Verde Lírio”.
“Estou aqui há quase 30 anos e já passei por mais de 20 cheias”, conta, referindo que “fui alertada na sexta-feira e consegui salvaguardar algumas máquinas. Agora espero que o rio não suba mais porque eu pus as coisas em cima das mesas e se água chegar lá, estraga tudo”.
Nas últimas cheias, há cerca de três anos, “tive prejuízos de mais de 11 mil euros”, frisa.
Mais sorte teve Lara Pires, proprietária do Burguesia Food Experience, a poucos metros do Verde Lírio. “Estamos aqui de prevenção, já levantamos tudo, como podem ver”, adianta. Hoje o espaço estaria fechado, para folga, mas enquanto a situação não melhorar é assim que vai continuar porque “não queremos arriscar”.
E ainda que aqui, para já, não haja prejuízos, Lara mostra-se solidária com os colegas, admitindo que “é triste começar assim o ano”.
A autarquia está no terreno, a acompanhar a situação. O presidente, Nuno Vaz, explica que “será feito um relatório, que será entregue ao Ministério do Ambiente, para que possa ser criada uma resposta de emergência para os casos mais críticos”.
Nas próximas horas espera-se que a água comece a descer, sendo que o caudal do rio Tâmega subiu cerca de três metros.
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