Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
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Rios transbordaram na Régua, em Chaves e no Pinhão

A região de Trás-os-Montes e Alto Douro não escapou à forte intempérie que assolou o país de Norte a Sul. Inundações, queda de árvores, estradas cortadas, vias-férreas interrompidas e desmoronamento de muros, este foi o rasto deixado por mais um temporal.

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No último fim-de-semana, a forte precipitação fez com que os caudais dos rios Douro e Tâmega tivessem alagado algumas zonas ribeirinhas de cidades transmontanas. Em Chaves, a água chegou a subir cerca de 50 centímetros em algumas ruas próximas do Tâmega, inundando o rés-do-chão de várias habitações do bairro do Caneiro e ainda um restaurante. Três pessoas tiveram de ser realojadas.

Na vila do Pinhão, o rio Douro também deu que fazer. Na noite de quinta para sexta-feira, parte da zona da Praia Fluvial chegou a ser banhada, o mesmo aconteceu na manhã de domingo. Esta situação levou alguns proprietários de bares e cafés da zona a retirarem os seus haveres. No terreno, Protecção Civil de Alijó, GNR, Bombeiros do Pinhão, Alijó, Sabrosa e Provesende, estavam prontos para intervir em caso de emergência.

Um cenário idêntico ocorreu no Peso da Régua, onde o Douro galgou as margens e submergiu o cais turístico da Junqueira e chegou a entrar na zona da rotunda do Salgueiral (Godim). As águas do rio subiram rapidamente e foi por muito pouco que não apanharam alguns carros estacionados na zona do cais.

O rio esteve a cerca de 3 metros de inundar a avenida João Franco. Os comerciantes foram avisados para retirarem os seus pertences, dada a previsão de cheia, contudo preferiram deixar quase tudo no interior dos seus estabelecimentos, acabando por acertar, já que o rio Douro começou a baixar a partir da manhã de domingo.

A intempérie afectou também as acessibilidades. A circulação de comboios foi interrompida no sábado, entre a Régua e o Pinhão, devido a uma derrocada, perto do túnel de Bagaúste. A estrada EN 222, entre a Régua e a Barragem de Bagaúste, e ainda a ligação a Folgosa do Douro, esteve interdita ao trânsito rodoviário.

O Governador Civil do Distrito de Vila Real, Alexandre Chaves, acompanhou as situações de risco causado pelo aumento do caudal dos rios no distrito. “Tivemos três situações anormais que nos preocuparam: em Chaves, com o rio Tâmega; no Pinhão, com o Douro, que inundou a zona ribeirinha, mas não causou danos; e na Régua onde houve avisos de alerta vermelho, em que foi eminente uma cheia. A Protecção Civil Municipal, os bombeiros e a Protecção Civil Distrital mobilizaram os meios necessários para uma possível inundação da Av. João Franco. Atempadamente, todas as pessoas foram avisadas para se protegerem a si e aos seus bens. Foi ainda pedida a contribuição do Regimento de Infantaria 19 e dos GIPS da GNR, que estiveram em alerta na Régua. Mas, o rio acabou por não transbordar”.

O representante do Governo no Distrito de Vila Real sublinhou que as várias operações de socorro e prevenção “correram bem”. “Hoje há uma cultura de Protecção Civil instalada no distrito que é eficaz. Todas as forças estiveram empenhadas, desde a Protecção Civil, bombeiros, militares, PSP até aos próprios municípios. Em caso de cheia, cada um sabia o que tinha que fazer e isso também deu segurança ao cidadão”, concluiu.

Por último, há a salientar o bom trabalho desenvolvido pelo Centro de Telecomando das Barragens, situado em Bagaúste. A sua acção tem sido meritória no controle da água debitada pelos vários empreendimentos hidroeléctricos ao longo do rio Douro.

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