No âmbito do Douro Vinhateiro, Património Mundial, S. Martinho de Anta recebeu a visita de uma delegação do Instituto das Estradas, com destaque especial para o seu Presidente, em cujas mãos está o projecto de construção da via rápida de S. Martinho à A24, “milagre” que está prestes a iniciar-se, graças ao trabalho insano do Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, José Marques.
Eram três autocarros, oriundos de vários quadrantes, a abarrotar pelas costuras, a chegar à escola primária onde Torga começou a silabar o seu sonho de criança, conforme verbera uma lápide, de letras microscópicas, à entrada da porta principal.
A comitiva foi acompanhada pelos Presidentes da Câmara e da Junta de Freguesia que apresentaram cumprimentos de boas vindas, sem praxes protocolares.
Abriu a sessão o Presidente da autarquia, seguindo-se uma intervenção do Presidente da Junta, Mário Vilela Gonçalves, como sempre, encabeçou esta iniciativa, após o que, em cortejo, todos rumaram até ao ancestral negrilho, onde, depois de profunda meditação, foram encetadas mais explicações poéticas que se multiplicaram, até á casa do escritor.
Em frente da casa berço, um profundo silêncio se operou, só quebrado pela intervenção do Dr. Maninho. Seguiu-se um “Porto de Honra”, no Pelourinho, oferecido pela Junta anfitriã, depois do que todos se dirigiram à Quinta do Portal, em Celeirós, com provas de vinho e um repasto.
Pelo que me foi dado observar, esta quinta possui muitos e bons vinhos, alguns dos quais medalhados.
Assim terminou mais uma etapa, a encenar as memórias de Torga, a figura central deste périplo.
O encontro entre pessoas de grande pendor administrativo foi frutuoso e a luta, de há anos, poderá terminar, se a promessa garantida for cumprida.
O concelho de Sabrosa é considerado o mais pobre da Europa, devido a várias condicionantes. Porém, novas perspectivas alterarão, a breve trecho, este designativo que nos vem envenenando, desde os primórdios de Fernão de Magalhães.
Costa Reis