O presidente da Câmara de Sabrosa, Domingos Carvas, disse hoje à agência Lusa que o evento, que decorre até domingo, pretende ser um “marco regional” do arranque das comemorações que se irão prolongar até 2022.
Sabrosa reclama ser a terra natal de Fernão de Magalhães. À entrada da vila uma estátua do navegador dá as boas vindas aos visitantes a este território do Douro e do distrito de Vila Real.
Em Sabrosa acredita-se que Magalhães poderá ter nascido na casa da Pedreira, onde ainda se pode ver uma pedra de armas que representa heraldicamente os magalhães mas que, segundo se conta, terá sido mandada picar pelo rei D. Manuel I, como castigo pela viagem empreendida ao serviço dos reis de Espanha.
"O importante mesmo não é onde Magalhães nasceu. Eu acho que nós devemos é enfatizar, homenagear o feito importante do navegador”, salientou Domingos Carvas.
Para assinalar o arranque das comemorações, Sabrosa realiza no próximo fim de semana um seminário internacional subordinado ao tema “Metodologias, Abordagens e Práticas de Inventário do Património Cultural, Material e Imaterial Associado à Rota de Magalhães”.
O evento conta com a participação, entre outros, de José Manuel Nuñez de la Fuente, antropólogo e historiador espanhol, Gonçalo Cadilhe, autor do livro “Nos Passos de Magalhães”, e Juan Marchena Fernandez, professor catedrático da Universidade Pablo de Olavide, Sevilha.
A Adega de Sabrosa vai lançar o novo espumante DOC Douro Bruto Fernão de Magalhães e a programação do evento inclui ainda as atuações de Luísa Amaro e do Octeto de Sopros da Banda da Armada.
Luísa Amaro vai apresentar "Mar de Magalhães", o seu mais recente álbum que se inspirou na viagem de circum-navegação do navegador português.
O autarca referiu ainda que o cortejo de Carnaval deste ano, em Sabrosa, será alusivo à viagem de Magalhães, uma iniciativa que está a ser preparada em conjunto com o agrupamento de escolas.
Ao longo do ano, será também apresentada uma peça de teatro sobre o feito magalhânico e, na edição 2019 do Festival Literário do Douro (FLiD), os autores convidados serão provenientes das cidades tocadas pela viagem de Fernão de Magalhães.
Também a iniciativa Sabrosa Summer Fest, que decorre entre agosto e setembro, se associa às comemorações e será ainda lançado merchandising, bem como colocados múpis (mobiliário urbano para informação) e bandeiras alusivos aos 500 anos.
E, em setembro, será inaugurada uma exposição internacional que vai ampliar o centro interpretativo e que vai retratar as culturas e saberes dos territórios tocados na viagem de circum-navegação.
Domingos Carvas lembrou que Sabrosa liderou o processo de candidatura da Rota de Magalhães à UNESCO e enalteceu o navegador enquanto “grande descobridor, estratega e com conhecimentos náuticos notáveis”.
O Governo apresentou recentemente um vasto programa de comemorações do V centenário da circum-navegação comandada por Fernão de Magalhães, que se prolongarão até 2022.
Fernão de Magalhães (1480-1521) notabilizou-se por ter organizado e comandado a primeira viagem de circum-navegação ao globo e ao serviço do rei de Espanha.
A viagem, a bordo da nau Victoria, começou a 20 de setembro de 1519, em Sanlúcar de Barrameda (sul de Espanha), e terminou a 6 de setembro de 1522, no mesmo local.
Fernão de Magalhães foi o primeiro europeu a atravessar o estreito entre os oceanos Atlântico e Pacífico, a sul da América do Sul. O navegador não terminou a expedição, uma vez que morreu nas Filipinas, em 1521, aos 41 anos, pelo que a viagem seria concluída pelo navegador espanhol Juan Sebastián Elcano.