Sabrosa foi um dos locais de apresentação do projecto do Governo “e.escolinha” e que tem como matriz a distribuição de 500 mil computadores portáteis às crianças do Ensino Básico. O novo equipamento informático, denominado, “Magalhães”, evoca a figura universal do conhecido navegador português e as crianças do concelho de Sabrosa foram das primeiras, a nível nacional, a conhecerem, “in loco”, esse computador.
A Câmara Municipal de Sabrosa prepara já uma estratégia para associar o Projecto “Fernão de Magalhães” ao novo PC apresentado e pretende fazer a sua divulgação junto dos Municípios que foram a terra natal da tripulação que fez a viagem de circum-navegação. O computador “Magalhães” é o primeiro portátil, com acesso à Internet, fabricado em Portugal.
A apresentação nacional do computador foi feita, em Lisboa, pelo Primeiro-Ministro, José Sócrates, simultaneamente com Matosinhos e Sabrosa. O Chefe do Governo desejou que o computador faça parte do material escolar de todas as escolas. O programa “e.escolinha” é baseado nos princípios do programa “e.escola” e tem como objectivo o acesso ao computador “Magalhães”, por parte de todas as crianças.
O Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, José Manuel Marques, acolheu com agrado o facto de Sabrosa, terra de Fernão de Magalhães, ser escolhida para a apresentação do computador.
“Achei a ideia extraordinária e muito interessante e feliz, por associar o nome do navegador ligado a Sabrosa. Ajuda-nos imenso no contexto da promoção de Sabrosa, pelo facto de associar e vincular o nome de Magalhães e de todo este projecto também à vila. Todos sabemos que estamos num projecto universal de afirmação e dinamização em torno da figura do Magalhães, com valências culturais, com valências económicas, importante não só para Sabrosa, mas importante para a região e para o país, assente também numa estratégia governamental publicamente já conhecida. Foi uma achega extraordinariamente importante esta atitude de apresentar o PC “Magalhães”, em simultâneo, em Sabrosa, em Matosinhos e em Lisboa, no Pavilhão Atlântico”.
O autarca recordou uma intervenção de José Sócrates, aquando do lançamento do concurso de S. Martinho de Anta à A 24: “O senhor Primeiro-Ministro, quando se deslocou a Sabrosa, para a apresentação do espaço Torga e para o lançamento do concurso de S. Martinho de Anta à A24, referenciou que iríamos ter uma surpresa ligada a Fernão Magalhães. Ela aí está, consubstanciada nesta iniciativa. No âmbito desta estratégia, parece-nos extraordinariamente importante, porque vem colar mais uma peça neste puzzle de afirmarmos Sabrosa como terra de Fernão Magalhães”. Para o futuro, já há ideias, aproveitando todo este “élan” criado à volta do “Magalhães”.
“Sabrosa não vai poder ficar à margem da divulgação do PC Magalhães e está a estudar uma estratégia, no sentido deste computador ser disponibilizado às escolas, às crianças e também de vir a ser promovido junto dos nossos parceiros, dentro da Rede em que estamos envolvidos, no contexto Magalhães. Neste momento, está equacionada a possibilidade de virmos a apresentar este PC a todos os Municípios que connosco estão associados no Projecto, nomeadamente os Municípios que foram terra natal da tripulação que participou na viagem de circum-navegação. É uma forma de ajudarmos a internacionalizar o PC e uma forma de promovermos Sabrosa e Fernão de Magalhães”.
No dia da apresentação, realizada a meio da semana passada, foi explicado às crianças de Sabrosa o porquê do nome Magalhães.
“Houve uma atitude explicativa, interpretativa do porquê deste acto simbólico. Quem era Fernão de Magalhães e, também, o produto que estava a ser lançado. Para nós, é um privilégio que as crianças de Sabrosa tivessem logo o contacto com este computador” – disse José Manuel Marques. O autarca aproveitou para comentar algumas correntes de opinião divergentes, quanto à naturalidade do navegador.
“Nós não temos dúvidas. E, para nós, não é essencial estarmos aqui a esgrimir argumentos quanto à questão da naturalidade, todos sabemos que existem teses de historiadores em que Fernão de Magalhães teve fortes possibilidades de ter nascido em Sabrosa. Isso já tem largas centenas de anos, mas também a situação da própria tradição de Sabrosa estar associada a Fernão de Magalhães, a uma identidade cultural local. O importante aqui é salientar e afirmar Fernão de Magalhães como português, como duriense, como sabrosense”.
O edil recordou, ainda, um importante apoio recebido, há pouco tempo, e que consolida o reconhecimento da ligação de Fernão de Magalhães a Sabrosa.
“Há relativamente pouco tempo, a Armada Portuguesa associou-se a este projecto que nós temos no âmbito do espaço interpretativo e digamos de toda a dinâmica em rede e a todo o projecto que queremos desenvolver com uma amplitude internacional e a verdade é que a Armada já se tinha associado a nós, reconhecendo Sabrosa como a terra de Fernão de Magalhães. Esta atitude foi extraordinariamente importante”.
O portátil “Magalhães”, no âmbito do programa “e-escolinha”, será gratuito para os alunos abrangidos pelo primeiro escalão da Acção Social, custará 20 euros para os inscritos no escalão B e, para as famílias sem qualquer apoio, custará 50 euros. Para o público, em geral, ainda não foram estabelecidos os preços de venda.
Os primeiros portáteis feitos, na íntegra, em Portugal, serão elaborados pela JP Sá Couto, empresa de componentes informáticos que vai construir, em Matosinhos, uma fábrica, para o efeito, a qual terá capacidade para produzir 40 mil portáteis, por mês, “mas com capacidade para aumentar este número, em função das encomendas”.
Os primeiros computadores “Magalhães” devem chegar, às escolas, no mês de Setembro, onde serão entregues a cada aluno, previamente identificado.
José Manuel Cardoso