“Não pode ser a Iberdrola a conduzir o processo da construção das barragens do Alto Tâmega”. Esta posição assumida pelo deputado comunista é sustentada com o facto de todo o Governo assumir a mesma posição mantida com o projecto do Alqueva. “O modelo escolhido não agrada ao PCP, pois poderá provocar fortes impactos socioculturais e penalizar os habitantes. Não aceitamos que seja a rentabilidade a dominar todo o processo”, acrescentou.
Agostinho Lopes deixou patente a sua desconfiança com o Estudo de Impacto Ambiental, EIA. “É evidente que quando é o próprio interessado a patrocinar o EIA, as coisas são logo tendenciosas e de credibilidade duvidosa. O estudo deve ser feito por uma entidade independente e acompanhado pelo próprio Governo”. Este dirigente defendeu ainda que os 300 milhões de euros entregues pela Iberdrola ao Governo, “uma parte desse montante deveria reverter para as populações”, que vão ficar sem terras e sem casas, pondo em risco a sua sobrevivência social”. “Não somos contra as barragens, mas queremos que elas sejam integradas e identificadas com o desenvolvimento regional”, frisou.
Na área da saúde, o deputado do PCP, eleito pelo círculo de Braga, manifestou também o seu desagrado sobre a reorganização dos hospitais e dos centros de saúde, encetada há três anos. “Confirmaram-se as piores preocupações que na altura vincamos. Hoje, nota-se um esvaziamento claro do hospital de Chaves em algumas das suas valências, principalmente na área da medicina física e na reabilitação. Sentimos claramente efeitos nocivos no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde os doentes se amontoam nas Urgências. Os utentes do SAP de Vila Pouca de Aguiar têm de percorrer distâncias superiores às previstas. Seria necessário um atendimento de 24 horas. Em suma, está provado o incumprimento dos vários protocolos estabelecidos”. Este dirigente defendeu ainda a instalação de mais uma VMER no Hospital flaviense e ainda a criação da Unidade de Saúde Local em Chaves.
Em rodapé, Agostinho Lopes aproveitou para chamar a atenção relativamente ao atraso nos pagamentos de obras municipais, devido à demora das verbas do QREN, onde deveria haver “mais agilização na aprovação dos vários projectos”.