Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Seis incendiários já foram detidos este ano

Desde o mês de Junho que a PJ viu reforçado o seu grupo de investigadores dedicado à fiscalização e detenção de suspeitos por crimes de fogo posto. Para já, são seis os homens detidos, sendo que cerca de metade foi obrigado a aguardar o desenvolvimento do processo judicial em prisão preventiva.

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A última detenção por suspeita de fogo posto foi divulgada no dia 17, no entanto, a Polícia Judiciária de Vila Real confirmou, ao Nosso Jornal, que, desde o início do ano já foram detidos na região seis incendiários.

Casimiro Vieira, inspector-chefe da PJ de Vila Real, referiu que das seis detenções, uma foi referente a um incêndio urbano registado em Lamego, tendo as outras cinco como base incêndios florestais.

Mais, a mesma fonte revelou que dos cinco suspeitos de terem, intencionalmente, ateado fogo a áreas florestais, três foram apanhados no distrito de Vila Real, um em Bragança e outro em Lamego.

“Nesta altura do ano, em que o risco de incêndios é maior, há sempre uma atenção especial para este tipo de crimes”, revelou Casimiro Vieira, confirmando que, à semelhança do que aconteceu em toda zona Norte, em Junho, também a PJ de Vila Real foi reforçada com a transferência de meios humanos para o desenvolvimento de investigações sobre crimes de fogo posto.

Sublinhando que o trabalho desenvolvido noutras áreas de investigação não sai prejudicado, o mesmo responsável confirmou a atenção especial para este tipo de crimes, explicando que se trata de um trabalho difícil tendo em conta todo o processo exigido, desde o registo do incêndio até à efectiva detenção do indivíduo.

As medidas de coação variam muito de caso para caso, de acordo com a gravidade dos incêndios e os antecedentes criminais, por exemplo, mas segundo dados da PJ, cerca de 50 por cento dos suspeitos são obrigados a aguardar julgamento em prisão preventiva, enquanto a outros são aplicadas outras medidas, como a apresentação periódica junto das autoridades locais da sua área de residência ou a proibição de se aproximar da área do incêndio em causa.

Sobre o último dos seis homens detidos recai a autoria de dois incêndios intencionalmente ateados, em 24 de Julho, numa área de floresta do concelho de Ribeira de Pena. “Ora o arguido, já com antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime sofrerá de perturbação psicológica, será alcoólico e viverá num ambiente degradado”, refere a Judiciária, prevendo a possibilidade de lhe ser imputada a responsabilidade sobre a deflagração de outros incêndios, mesmo em anos anteriores.

Utilizando um isqueiro para lançar as chamas, “por deslumbramento e prazer de ver o fogo alastrar-se”, o homem foi, alegadamente, o autor dos “incêndios que consumiram várias dezenas de hectares de povoamento de pinheiros, eucaliptos e castanheiros, tendo colocado em perigo área florestal ainda mais extensa, sendo motivo de alvoroço das população e mobilizando para o seu combate, além de várias corporações de bombeiros, elementos dos serviços florestais, das forças policiais e de populares, e meios aéreos”, confirmou a PJ em comunicados.

De sublinhar que, das seis detenções registadas desde Janeiro, três ocorreram na semana passada.

À hora de fecho desta edição do Nosso Jornal, terça-feira, e segundo dados da actividade operacional divulgados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, continuam por controlar dois incêndios no distrito de Vila Real, um que lavrava em Fafião, localidade do concelho de Montalegre já inserida na área do Parque Nacional da Peneda do Gerês, e outro em Real Covo, Valpaços.

A ANPC já avançou publicamente que o número de fogos registados 2010, a nível nacional, (14601 ocorrências), equivale já soma dos incêndios registados nos últimos três anos.

Revelando uma média de incêndios florestais de cerca de 400 novas ocorrências por dia, a ANPC revelou ainda que desde meados de Maio o país viu deflagrar 13145.

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