O mal-estar tem vindo a aumentar entre os agricultores e o pastor. A GNR de Vila Real já por várias vezes foi alertada para a situação, mas ainda não “apanhou o pastor em flagrante”, embora esteja já referenciado.
Os prejuízos já são elevados na Reserva de Caça dos “Discípulos de Diana” onde já arderam cerca de 10 000 m2.
“Toda a gente sabe quem é o incendiário e as autoridades também, mas ninguém faz nada para acabar com este flagelo que está a consumir pouco a pouco a nossa reserva”, disse Guido Manuel, dirigente de caça associativa. Por outro lado, os agricultores também pedem a intervenção das autoridades. “Qualquer dia, há problemas graves com ele, pois isto tem de acabar. De manhã, sai com o gado e à noite, no regresso, às vezes, resolve pegar fogo ao monte”, disse José Valentim.
Um dos últimos “episódios” ocorridos teve foi um pouco caricato. O suspeito terá ateado o fogo no lugar da Retorta, os Bombeiros da Cruz Verde e a GNR foram chamados, só que o pastor fugiu juntamente com o seu rebanho, ficando no monte os bombeiros e os militares a apagarem as chamas. Só numa semana registaram-se três fogos na serra de Paredes, e alguns populares da aldeia garantem ter a “assinatura” do mesmo pastor que reside na localidade.
“Ele foi sempre assim. Quando era mais novo e andávamos todos no monte, ele ficava para trás e depois pegava fogo”, contou Avelino Santos, habitante de Paredes.
“Daqui a pouco não temos área para a reserva de caça. Na caça de repovoamento têm morrido algumas espécies e depois as outras acabam por fugir”, sublinhou Guido Manuel.
Testeira, Cascalheira, Retorta têm sido as zonas mais fustigadas pelos incêndios de Inverno.