“Hoje tivemos conhecimento que o laboratório de Bragança não vai fechar. Estamos esperançados que o mesmo aconteça com o de Vila Real”, confirmou Almerindo Rego, presidente do Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde (SCTS) que, no dia 19, reuniu com os dois governadores civis da região transmontana para chamar a atenção sobre a intenção da Administração Regional de Saúde (ARS) de Norte de acabar com os dois Laboratórios de Saúde Pública.
O sindicalista mostrou-se “espantado” pelo facto de Alexandre Chaves, Governador Civil de Vila Real, “não ter conhecimento” da iniciativa da ARS, deixando o pedido para que este intervenha juntos das autoridades de saúde para evitar uma medida considera pelo sindicato como “inadmissível”.
“É uma intenção que lesa profundamente os utentes e doentes dos cuidados de saúde primários de Vila Real, dado ser o único equipamento laboratorial existente nessa cidade”, explica o SCTS.
Segundo Almerindo Rego, “o problema não tem tanto a ver com os postos de trabalho em causa, porque os funcionários poderão facilmente ser colocados noutros serviços de saúde”. A questão essencial é “a perda de uma actividade na área da investigação e da saúde pública. Se Vila Real o perder, dificilmente o volta a conquistar”, explicou.
O presidente do sindicato garantiu estar desde Junho à espera que o presidente da ARS Norte agendasse uma reunião, o que veio a acontecer exactamente na altura em que o SCTS marcou encontros com os governadores civis. “Queremos acreditar que foi uma mera coincidência”, defendeu o sindicalista.
A reunião entre o sindicato realizou-se ontem, pelas 16h00, depois da hora de fecho desta edição do Nosso Jornal.
Depois dos deputados sociais-democratas eleitos pelo círculo de Vila Real, Isabel Sequeira e António Cabeleira, darem o alerta pedindo explicações ao Governo através da Assembleia da República, também Organização Portuguesa de Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (OPTDT) levantaram a voz contra o encerramento, uma medida “altamente perigosa e funesta para a saúde e vida da população transmontana”.
Segundo a Organização Pró-Ordem, a comunicação aos profissionais dos Laboratórios sobre os encerramentos “foi feita de forma oral sem apresentar qualquer documento oficial que os sustentassem”.
Os profissionais recordam que “os Laboratórios de Saúde Pública foram criados pela reforma do sistema de saúde de 1971 para a realização analítica de determinações em Águas, Tuberculose e Análises Clínicas de apoio aos programas de saúde pública (diabéticos, grávidas, crianças, idosos, grupos de risco, etc.)”.
O serviço de Vila Real “iniciou em 2005 um processo de melhoria da qualidade que se veio a concretizar com a atribuição de Laboratórios Certificados, tendo inclusive todos eles obtido a renovação desse atributo no presente ano”, sublinha a OPTDT.