Domingo, 3 de Novembro de 2024
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Skatepark concentra emoções fortes na Alameda de Grasse

Construído num local onde o “público está sempre presente”, o novo parque radical agrada aos jovens que, no entanto, já pedem mais espaço

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“Hoje faço 12 anos, esta é uma bela prenda sim”, explicou Tomás Duarte, um dos jovens vila-realenses que, no dia 21, puderam fazer as primeiras habilidades de skate, bicicleta e trotineta no novo Skatepark de Vila Real.

Localizado na Alameda de Grasse, numa zona que foi requalificada este verão para servir de PADDOCK do Circuito Automóvel, o parque radical conta com várias estruturas que permitem a dezenas de jovens treinar as acrobacias que antes eram feitas de forma ‘marginal’ noutras zonas urbanizadas. “Antes andava pela cidade, em locais de onde fui várias vezes expulso”, recordou Martim Moreira, de 13 anos e que há um ano e meio dedica-se ao skate.

Depois de perder a conta das vezes que moradores chamaram a polícia por causa das suas acrobacias, o jovem vê com satisfação o novo espaço. “Eu gosto, mas podia ser um bocadinho maior, devia haver mais espaço entre as rampas. Assim, quando somos muitos, há muita confusão”, explicou, deixando ainda a ideia de que poderia ser criada mais uma rampa “com um espaço de relva no meio”.

Na modalidade radical da trotineta ainda são poucos a aventurar-se em Vila Real. “Há um outro rapaz que anda, mas em Portugal já há muitos”, sublinhou Tomás Duarte que, entre saltos, chamou também a atenção para a necessidade do novo parque radical ser alargado.

Iuri Silva, de 17 anos e praticamente de BMX, há mais de dois anos, garantiu que há muitos jovens no concelho a dedicar-se às ‘bikes’. “Estas rampas foram pensadas mais para andar de skate, nós (bikers) precisamos de uma mais larga”, referiu o mesmo jovem, adiantando, no entanto, que na falta de outro espaço, as rampas construídas junto ao Teatro Municipal vão servindo para treinar.

José Maria Magalhães, vereador do desporto na Câmara Municipal de Vila Real, explicou que a ideia de criar o Skatepark surgiu depois do Parque Radical do Codessais, que há muitos anos se encontrava sem condições para a prática de qualquer modalidade, ter sido “entregue” à Associação Regional de Ciclismo e ao Bila Biker’s. “Os conceitos vão crescendo, evoluindo, e conseguimos encontrar um espaço central, que era uma reivindicação dos jovens que nos procuraram”, revelou o vereador, referindo que ao ser localizado na Alameda de Grasse, uma zona muito movimentada da cidade devido à proximidade com o Centro Comercial, o Teatro e a Associação Nervir, as modalidades radicais deixam de ser consideradas “marginais” e passam a ter “muita visibilidade”. “Este espaço é excelente, traz a possibilidade de crescimento do parque e tem público constante”, frisou.

Orçado em 40 mil euros, o parque é composto por estruturas amovíveis que permitem a sua transferência para outros espaços da cidade sempre que a Alameda de Grasse precise de ser utilizada para outros eventos, nomeadamente as corridas.

“É uma mais-valia para o nosso objetivo de chegar a todos os públicos. Queremos que todos os cidadãos possam encontrar na cidade um espaço para a sua fruição e realização”, defendeu José Maria Magalhães.

Contando desde logo com a presença de cerca de duas dezenas de jovens, fica o desafio para que mais vila-realenses adiram à prática das modalidades radicais. “Ontem caí e quase parti os dentes. É perigoso, mas muito divertido. Acho que mais jovens deviam experimentar”, concluiu Tomás Duarte.

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