Através de um requerimento apresentado, no dia 17, na Assembleia da República, os deputados do Partido Socialistas (PS) eleitos pelo círculo eleitoral de Vila Real pediram explicações sobre “as razões que levaram o Governo a decidir suspender” as obras de requalificação das escolas secundárias.
Referindo-se em especial às escolas São Pedro, localizada na capital de distrito, e Fernão Magalhães, em Chaves, o deputado Rui Santos sublinhou “a acentuada degradação dos edifícios escolares”, ambos incluídos no programa de requalificação das Escolas Secundárias, que se propunha a “modernizar, em menos de uma década, mais de 60 por cento do parque escolar” do terceiro ciclo de ensino.
“Será que o Governo pensou nas condições de trabalho de professores, funcionários e alunos, bem como nas expectativas criadas nas comunidades escolares em causa?”, questionaram os deputados Rui Santos e Pedro Silva Pereira, pedindo ainda que o Ministério da Educação indique uma data para o “início das obras de requalificação das duas escolas” do distrito.
“Com a extinção da empresa Parque Escolar e com o estrangulamento financeiro das Direções Regionais, agravado pelos cortes orçamentais adicionais que o Governo decidiu impor na área da Educação, muito além do previsto no memorando assinado com a Troika, e face à reduzidíssima capacidade técnica e financeira de intervenção do Ministério da Educação e das suas estruturas regionais em matéria de obras, como tenciona o Governo assegurar a manutenção e requalificação do parque escolar, em muitos casos urgente, como sucede no caso das Escolas Secundárias São Pedro e Fernão Magalhães?”, perguntaram os deputados.
Os socialistas lembraram ainda que “o Governo anterior levou a cabo um importante programa de requalificação do parque escolar, em larga medida executado em estreita colaboração com as autarquias”, e que representou “um investimento nas escolas do país de que não há memória desde os tempos da Primeira República”.
No que diz respeito à Escola São Pedro, que há 50 anos tem como morada as suas atuais instalações, o início das obras estava marcado para agosto do ano passado, estando previsto um orçamento de cerca de 14 milhões de euros.
Integrado na 3ª fase do programa governamental de Modernização do Parque Escolar destinado ao Ensino Secundário, o projeto desenhado para a escola secundária representa uma transformação profunda no quotidiano daquele estabelecimento de ensino, sendo que uma das alterações mais visíveis passaria pela alteração da entrada principal do edifício central (agora localizada na Rua Morgado Mateus) para a Avenida D. Dinis, facilitando assim o acesso da população vila-realense aos vários serviços disponibilizados.
A reestruturação e transformação do pavilhão desportivo existente num pavilhão multiusos e a criação de uma biblioteca com quase 500 metros quadrados fazem também parte do projeto, sendo de sublinhar que estava previsto ainda a criação de mais salas direcionadas a disciplinas específicas, nomeadamente para as áreas laboratoriais, de educação visual e tecnológica, de arte e de novas tecnologias.
Também os professores vão ganhar melhores condições de trabalho, não só com a melhoria da sala comum de convívio já existente e a criação de uma sala de reuniões, mas também a disponibilização de várias salas de trabalho que serão partilhadas por grupos de três docentes.
Quando a intervenção estiver concluída, a diferença também se vai sentir ao nível da climatização do edifício, uma questão classificada pela direção da escola como “uma necessidade urgente”.