“Este hospital vai servir de referência a nível nacional, e abrir caminho a uma nova era”, explicou o primeiro-ministro José Sócrates que, no dia 22, lançou a primeira pedra do Hospital de Proximidade de Lamego.
José Sócrates referia-se ao perfil de “proximidade” às populações da futura unidade hospitalar, segundo o qual se desenvolverá um serviço predominantemente ambulatório, o que significa uma permanência mais curta dos utentes em internamento e um acompanhamento médico ao domicílio.
Segundo Carlos Vaz, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), no qual ficará integrado o novo hospital, prevê-se que a unidade tenha capacidade para a realização de 10 mil intervenções cirúrgicas por ano, ou seja, uma média superior a 27 por dia. “Ao longo dos últimos anos foram feitos grandes investimentos no Centro Hospitalar, este é o mais emblemático” pela inovação que representa, pelo grau de eficiência ao nível funcional e pela proximidade com os utentes, explicou o administrador.
Carlos Vaz lembrou ainda que o Hospital de Lamego vai contar com um serviço de consultas externas com 14 gabinetes que abrangerá 15 especialidades médicas e somará anualmente cerca de 60 mil consultas/ano.
“Os utentes vão poder ter a consulta de manhã, a cirurgia à tarde, e regressar a casa à noite”, explicou o presidente do Conselho de Administração do CHTMAD.
Francisco Lopes, presidente da Câmara Municipal de Lamego, congratulou-se com “o fim de uma espera de décadas”, mas recordou que este não era o hospital pelo qual a população lamecense se debateu. “Aceitamos o projecto, assumimos este desafio, corremos o risco, esperando agora que essa solução inovadora seja um sucesso”, referiu.
O autarca lamentou ainda o escasso número de camas ao nível do internamento, assumindo que a Santa Casa da Misericórdia consiga, com os seus serviços, colmatar essa lacuna.
“A principal diferença entre o hospital de hoje e o de há quatro anos atrás, é que o de hoje está já em obra e o anterior não saiu do papel”, sublinhou o governante, voltando a frisar que se trata de uma aposta clara na modernização do Serviço Nacional de Saúde, que este ano cumpre 30 anos de existência.
José Sócrates defendeu as últimas reformas no sector da saúde, “mudanças que muitas vezes não foram compreendidas”, que foram muito criticadas, mas que representaram benefícios “que todos podem hoje constatar”.
Francisco Lopes deixou outro repto ao Governo ao lembrar José Sócrates da necessidade de criação de um novo Centro de Saúde. “O actual não tem condições, e temos já projectado um novo, a localizar junto do futuro hospital”, referiu o edil, recordando ainda que também a extensão de Saúde de Cambres precisa de uma intervenção.
Além da aposta na cirurgia de ambulatório e das consultas externas, o Hospital de Proximidade de Lamego vai contar com uma urgência básica, com capacidade para 60 mil atendimentos por ano, e com um “hospital de dia e equipas de visitas domiciliares”.