Domingo, 8 de Dezembro de 2024
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Suspeito de homicídio entregou-se à PJ de Braga

No mesmo dia em que decorreu o funeral de Maximino Clemente, António Cunha, o alegado assassino, entregou-se à Judiciária. Com o clima de tensão vivido na freguesia de Ermelo, espera-se agora com expectativa a efectivação da votação, adiada para o próximo domingo. António Cunha, acusado de matar a tiro o marido da candidata do Partido Social Democrata (PSD) à Junta de Freguesia de Ermelo, entregou-se, no dia 13, à Polícia Judiciária de Braga, depois de três dias a monte.

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A notícia da detenção do homicida, também ele candidato à Assembleia de Freguesia de Ermelo, mas pelo Partido Socialista, foi divulgada no final do dia em que a vítima, Maximino Clemente, de 57 anos, foi sepultada.

Tanto quando o Nosso Jornal conseguiu apurar, António Cunha foi interrogado ontem por um juiz de instrução criminal do Tribunal de Mondim de Basto para aplicação de medida de coacção, à qual não tivemos acesso até a hora de fecho desta edição.

Pouco passava das sete da manhã quando o suspeito se dirigiu à mesa de voto de Fervença e atingiu mortalmente na cabeça, com um tiro de caçadeira, Maximino Clemente, marido de Glória Nunes, autarca daquela freguesia mondinense que se candidatava pelo PSD a mais um mandato.

No mesmo dia, e segundo a Guarda Nacional Republicana (GNR), foram “recuperadas a arma e a viatura do suspeito no mercado de Peso da Régua”, no entanto António Cunha só se veio a entregar às autoridades na terça-feira.

“O efectivo da GNR já estava reforçado em Mondim de Basto” devido a queixas que ambos os partidos, PSD e PS, apresentaram nas semanas anteriores ao acto eleitoral, revelou a mesma fonte, referindo mesmo que, “quando se deram os factos, uma patrulha já estava a passar para verificar a normal abertura da mesa de voto”.

O incidente deixou um clima de tensão que persiste na freguesia, assim como ainda se mantém (pelo menos até a hora de fecho desta edição) a incógnita sobre a manutenção da candidatura de Glória Nunes. Certa foi a desistência da candidatura socialista à junta de freguesia, como garantiu, no dia 13, em conferência de imprensa, Rui Santos, presidente da Federação Distrital de Vila Real do PS. “Depois de esclarecidos os procedimentos legais, o PS enviou ao juiz da Comarca da Mondim um ofício solicitando a desistência da candidatura à Assembleia de Freguesia de Ermelo”, sublinhou o mesmo responsável, que classificou o acto como “um caso de polícia, não um caso de política”.

“O partido é contra todo o tipo de violência e condena veemente a atitude de António Cunha”, reforçou Rui Santos.

Com o acto eleitoral adiado para o próximo domingo, dia 18, e apesar do PS ter vencido o sufrágio naquele concelho do distrito de Vila Real, o resultado final para a eleição dos novos órgãos autárquicos de Mondim de Basto continua em aberto, no entanto, tendo em conta a habitual abstenção registada na freguesia, é “improvável” um desfecho diferente. Segundo fonte do próprio PS, o CDS-PP precisa obter um resultado massivo na freguesia de Ermelo, mais de 70 por cento dos votos no universo dos eleitores inscritos, para conquistar a sua segunda câmara a nível nacional.

O acto de violência centrou as atenções do domingo eleitoral na freguesia de Ermelo, merecendo mesmo a reacção dos mais altos responsáveis políticos e líderes partidários do país, como, por exemplo, José Sócrates que condenou “em absoluto o acto”.

“Confiamos nos cidadãos, no seu bom senso, nas forças policiais e no Estado de Direito”, referiu Rui Santos, demonstrando o desejo de que, no dia 18, as eleições em Ermelo decorram sem mais incidentes.

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