Mostraram o seu descontentamento através de uma concentração em frente dos portões da quinta. “Já faz três anos, que não andamos com os salários em dia. Quando nos devem três, pagam-nos um, e assim sucessivamente. No fim deste mês, já serão quatro salários em atraso, o que nos traz grandes dificuldades”, contou Paulo Correia, um dos trabalhadores. Por sua vez, Alexandra Fonseca já não tem dinheiro para pagar a renda da casa e o fiado na mercearia vai aumentando. “Até tenho vergonha de pedir fiado. O patrão só nos diz que não tem dinheiro, e para irmos ao Tribunal de Trabalho para este nos pagar os salários. Diz ainda para comermos azeitonas com pão”, acrescentou.
Ao todo, esta situação afecta vários agregados familiares, cerca de 50 pessoas. A União dos Sindicatos de Vila Real já confrontou o patrão com este atraso salarial. Uma equipa da Autoridade para as Condições de Trabalho, ACT, já tomou conta do caso.
O proprietário da Quinta do Castelo, Fernando Columbano, viticultor e hoteleiro na região duriense, garantiu, ao Nosso Jornal, que “vai regularizar a situação o mais depressa possível, “apontando a terça-feira passada” como a data de pagamento. Aproveitou para justificar que o atraso é de um mês, mais os subsídios de Férias e de Natal. “As dificuldades financeiras são o reflexo da crise que afecta os lavradores do Douro e de algumas medidas tomadas pelo Governo, que têm conduzido à desvalorização do vinho. É óbvio que se houvesse um quadro financeiro favorável nada disto estava a acontecer, até porque compreendo as dificuldades pelas quais estão a passar as famílias”, finalizou.