A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai promover, entre os dias 9 e 11 de Setembro, a III edição do Seminário MS_TP, que este ano vai abordar as problemáticas, os desafios e as oportunidades nos transportes escolares e rurais.
Luís Ramos, docente e investigador da academia transmontana, sublinhou que a “problemática da mobilidade nos territórios rurais resulta, em grande parte, do ciclo vicioso da perda da população, de serviços e de transportes”. “A necessidade da procura de soluções alternativas de transporte para estes territórios deve privilegiar a flexibilidade, a criatividade e a maximização de recursos instalados no terreno”, referiu o mesmo responsável, revelando que existe actualmente vários casos de sucesso, projectos que podem passar, por exemplo, pela disponibilização do chamado “transporte a pedido” (da responsabilidade das autarquias, garante, com recurso a uma linha telefónica específica, um serviço à medida das necessidades locais).
Também o transporte escolar precisa de um análise aprofundada de forma a garantir não só um serviço mais rápido e confortável para as crianças, mas também menos dispendioso para as autarquias. No caso de Vila Real, a rede de transportes escolares mantém 16 circuitos e custa aos cofres da autarquia perto de um milhão de euros por ano.
A par da necessidade de alteração da lei em vigor, Luís Ramos explica que já há respostas que se adaptam às necessidades de cada município, sendo no entanto imprescindível uma discussão que envolva todos os agentes envolvidos, desde autarquias às empresas de transportes, passando por agrupamentos de escolas e juntas de freguesia. “Temos que articular todos os intervenientes para encontrar novas soluções”, defendeu.
A urgência do debate sobre a temática levou a organização do Seminário MS_TP a dedicar a sua terceira edição exactamente aos transportes escolares e rurais, estando prevista a participação de empresários, autarquias e investigadores em torno de questões como “a problemática dos transportes rurais: enquadramento, problemas, desafios e oportunidades”, as “tendências e perspectivas para a mobilidade no mundo rural” e a “gestão e agentes da mobilidade”.
“A participação e o contributo dos municípios, das universidades e dos centros de investigação, dos operadores de transporte, das empresas, dos agrupamentos de escolas, das IPSS, etc. – enquanto agentes interessados na procura e na exploração de soluções que conduzam, num futuro próximo, a modelos de transporte para os territórios rurais assentes em critérios de eficiência, de equidade e de sustentabilidade – serão de extrema importância e, por certo, bem-vindos”, reforçou o docente da UTAD.