Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024
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“Três meses a dar cultura” à região

Depois de dois anos de preparação, começou a Bienal de Gravura do Douro, uma iniciativa que traz à região 750 obras de 350 artistas de todo o mundo, mas que “merecia mais apoio” por parte das entidades durienses. A decorrer até ao final de Outubro, da programação destaca- -se a homenagem Antoni Tàpies, a forte participação de artistas de Porto Rico e a incursão do evento pelo mundo virtual do Second Life.

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Apesar de ter este ano a maior dimensão de sempre e de ter ultrapassado as expectativas da organização, a 5ª Bienal Internacional do Douro ainda anseia pelos apoios das instituições da região, que permitiriam, “de uma vez por todas, a sua consolidação”, lamentou Nuno Canelas, director da Bienal, que começou no dia 10 e estende-se até ao dia 31 de Outubro.

“Foram dois anos de preparação para dar três meses de cultura ao Douro”, referiu o mesmo responsável, relevando que, apesar das restrições financeiras, que obrigam a um redução em cerca de 30 mil euros no orçamento do evento, a Bienal “alcançou um patamar que será difícil ultrapassar sem que se possam contar com outros apoios.

A decorrer em Alijó, Vila Nova de Foz Côa, Vila Real, Peso da Régua e Porto, a Bienal apresenta este ano 750 obras de 350 artistas oriundos de 75 países, “números que superaram todas as expectativas da organização”.

Trazendo ao Douro os trabalhos de uma “série de artistas” cujas obras foram ali editadas, a participação na Bienal do Centro Português de Serigrafia, segundo o seu director, João Prates, cumpre o objectivo, traçado há 25 anos, aquando da sua criação, “a divulgação da obra gráfica artística nas suas diversas expressões, Serigrafia, Gravura e Litografia”.

“Sem dúvida é importante descentralizar esta arte”, defendeu o mesmo responsável, lembrando que a Gravura tem uma componente mais humana que outras expressões artísticas, isso porque “facilita o acesso à posse de obras de grande qualidade”, o que não acontece em outras áreas, em que as peças, por serem únicas, são, a nível financeiro, de muito mais difícil aquisição.

Falando do momento crítico financeiro vivido a nível internacional, João Prates acredita que “as formas de criação artísticas são uma lanterna que vai à frente da crise”. “Estes momentos servem para os artistas reflectirem, e seguramente que estão já a surgir novas formas de criação” que farão frente às dificuldades.

Uma delas é exactamente a “incursão” das várias formas de arte no mundo virtual da Internet, nomeadamente no Second Life, onde já existem mais de 600 galerias de arte, 22 dos quais portugueses, e onde, já nesta edição, também a Bienal de Gravura Duriense está agora representada.

Silvestre Pestana, um dos mentores da criação da galeria virtual, e fundador da Associação V5, detentora do espaço virtual onde, no âmbito da Bienal, estão expostas já algumas obras, explicou, ao Nosso Jornal, que, desde 2007, através dos seus ‘avatares’ (representação visual de um utilizador em realidade virtual), artistas provenientes de todo o mundo são convidados a apresentar projectos para exposição no “Portugueses Cultural Center”, um espaço no Second Life onde as obras são apresentadas em outdoors virtuais.

“Alguns artistas são depois convidados a enviar os ficheiros para podermos converter esses projectos iniciais em projectos de realidade urbana”, adiantou o mesmo responsável, explicando que, para a Bienal do Douro, foram convidados dois artistas chineses que verão assim as suas obras impressas em dois outdoors localizados na zona urbana de Alijó.

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