Nasceu no Canadá mas considera-se “orgulhosamente transmontano”. É o comandante da equipa de futsal das quinas, atual campeã europeia, e foi recentemente eleito, pelo segundo ano consecutivo, o melhor selecionador do mundo.
“Este reconhecimento valoriza e muito aquilo que temos feito nos últimos anos e, apesar de ser algo individual, reflete muito o trabalho coletivo, de todo o staff, especialmente a equipa técnica que me acompanha”, sublinhou Jorge Braz, que, desde 2010, orienta a seleção nacional e comanda o departamento de futsal da Federação Portuguesa de Futebol, onde tem desenvolvido com “cuidado no rigor e na excelência” todo um trabalho para manter a modalidade no topo. “Esta valorização do futsal português parece-me ser um indicador de que alguns caminhos que temos traçado estão a ser os adequados e, neste sentido, temos que continuar a melhorar e a potenciar e a estar no topo. Porque sempre dissemos que lá queríamos estar”.
Esta segunda distinção como o melhor do mundo surge numa altura em que o mundo do desporto está em suspenso. O treinador transmontano, apesar de valorizar o prémio, diz que o “trocava pela vacina, era mais importante neste momento”.
MUNDIAL NA LITUÂNIA EM DÚVIDA
A pandemia do Covi-19 entrou a pés juntos no mundo do desporto e forçou-o a uma paragem sem previsão de regresso. Com o apuramento para o Campeonato Mundial já garantido, a seleção nacional de futsal iniciaria agora a preparação para a competição que, até decisão em contrário, decorrerá de 12 de setembro a 4 de outubro, na Lituânia. “O planeamento está praticamente todo concluído. Teríamos agora jogos com a Polónia que foram cancelados, e que eram extremamente importantes. Estava tudo planeado. Vamos ver o que FIFA vai decidir, porque há confederações que ainda não realizaram os apuramentos para o Mundial e começa a ficar apertado em termos de tempo. Está tudo demasiado dúbio e com muitas incertezas. Mas independentemente do que acontecer, cá estaremos para nos adaptarmos e prepararmos da melhor forma para setembro ou para depois”, referiu Jorge Braz.
O técnico ainda não escolheu os jogadores que vão envergar a camisola das quinas na Lituânia, mas seja quem for que entrará na sua convocatória, estará de certeza apto para competir. “Os clubes estão extremamente organizados, a realizar tarefas com os jogadores de forma coletiva. Parece-me interessante as soluções que encontraram e estão todos a minimizar esta ausência de competição para que, quando for possível voltar a haver jogos, eles estejam minimamente preparados física e mentalmente para começar a competir outra vez”.
QUARENTENA NÃO SÃO FÉRIAS
Apesar de esta paragem lhe ter dado oportunidade para “descansar” e “desfrutar da família que sofre com as muitas ausências”, Jorge Braz continua a trabalhar, em articulação com toda a estrutura do departamento de futsal e com a sua equipa técnica. “Já não sabia o que era estar parado no mesmo sítio no mesmo local, mas continuamos a trabalhar e a planear. Temos reavaliado tudo o que é a nossa organização e o nosso trabalho do ponto de vista de planeamento e conceção, e refletido sobre o que temos feito. E depois estamos a reorganizar documentos, uma série de análises e de base de dados e jogos que antes era difícil fazer”, rematou o melhor selecionador do mundo.