No dia 27, Dia Mundial do Turismo, António Martinho, presidente da Entidade Regional de Turismo do Douro (ERTD), reclamou a contabilização das dormidas registadas nos cruzeiros fluviais que circulam no rio Douro nas estatísticas da região.
Segundo o mesmo responsável, “não se compreende” porque é que as noites passadas pelos turistas a bordo dos barcos hotéis, em cruzeiros de três e sete dias, não são consideradas como dormidas turísticas na região duriense. “Temos forçosamente que mudar esse critério, porque para afirmar a marca, melhorar a oferta enquanto destino turístico e conseguir interagir com os empresários da região, precisamos também de melhorar o nosso orçamento”, explicou.
António Martinho reforça a ideia lembrando que “os 175 mil que em 2009 passearam em cruzeiros pelo rio”, um número que já foi ultrapassado este ano, “vieram à região exactamente porque há o Douro Navegável”.
“Temos que ser capazes de responder aos desafios que as próprias empresas que promovem esses cruzeiros nos fazem, e promover a interligação entre essa oferta turística e toda a região”, defendeu.
De recordar que, já em fase de construção, o “Douro Spirit”, um novo barco- -hotel da empresa DouroAzul, deverá começar a fazer o itinerário “Portugal, Espanha e o Vale do Douro”, em sete dias de cruzeiro, já em Abril de 2011, e que já tem a sua ocupação garantida até 2015, através da pré-compra de um total de 136.500 dormidas na região.
Num investimento total de 12,4 milhões de euros, a nova embarcação terá 80 metros de comprimento e 11,4 metros de largura, somando um total de 65 quartos duplos, e uma capacidade para 130 pessoas.
No dia em que se comemorou o Dia Mundial do Turismo, o presidente da ERTD confirmou que este ano a região já ultrapassou as 300 mil dormidas, um número que mantém vivo o objectivo de chegar as 500 mil estadias até 2013. “Se continuarmos a este ritmo, vamos lá chegar”, adiantou António Martinho.
Outra das estatísticas avançadas pelo mesmo responsável provém do “acompanhamento dos turistas que visitam a região Norte”, um estudo que demonstra que mais de 60 por cento das pessoas que vêm à região têm como motivação a paisagem, sendo ainda de realçar que cerca de 24 por cento se deslocam ao Norte do País especificamente “por causa do Douro” e os 20 por cento para conhecer as caves. Ou seja, “os principais motivos para vir ao Norte do país, em lazer, estão claramente ligados ao Douro e ao Vinho do Porto. O que para nós é uma satisfação, mas, por um lado, é uma grande responsabilidade”, considerou o mesmo responsável.
No que diz respeito à oferta turística, o número de camas aumentou nos últimos três anos. Em 2007 havia 2500 camas, em alojamento turístico qualificado, hoje contabilizam-se 3250, um “salto” verificado não só pelo aparecimento de novas unidades hoteleiras, mas também pelo desenvolvimento do turismo em espaço rural, e graças ao projecto de reconversão das unidades.
António Martinho considera assim que o Douro voltou a ter um “ano vintage”, um sucesso em termos de taxa de ocupação que se deve, entre outros factores, ao esforço dos agentes e instituições da região para o “prolongamento da época alta”. Utilizando como exemplos a realização do Douro Film Harvest, das Lagaradas Tradicionais, das Jornadas do Património, e da Festa das Vindimas, o presidente da Turismo do Douro reconhece a existência de uma melhor ligação entre os organismos envolvidos no sector do turismo.
O mesmo responsável adiantou ainda que arrancará em breve “um conjunto concertos de música antiga em lugares de carácter religioso, como igrejas ou locais ligados ao turismo religioso”, uma iniciativa organizada em parceria com a Turel, uma organização que desenvolve o Turismo Cultural e Religioso.