Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Turistas convidados a “pôr a mão na massa” em Favaios

“Esta é mesmo uma terra de pão”, confirmava, ao Nosso Jornal, a proprietária de uma das nove padarias que continuam a laborar na pequena Vila de Favaios. Conhecida não só pelo vinho baptizado com o seu nome, mas também pelo pão de quatro cantos, Favaios vai abrir-se ao turismo no próximo fim-de-semana apresentando as suas indústrias panificadora e vitivinícola ao pormenor, com a realização workshop, visitas e mesmo de uma lagarada tradicional.

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Depois de Salzedas e Ucanha, Favaios vai ser palco, nos dias 2 e 3, de mais um fim-de-semana da programação do Festival das Aldeias Vinhateiras, altura em que os turistas vão poder aprender a fazer o famoso pão de quatro cantos, que, a par do vinho, é um dos ex-libris daquela vila do concelho de Alijó.

“Encontrou-se uma forma interessante de motivar as pessoas a virem a Favaios, verem como se faz o pão e até mesmo, se for caso disso, pôr a mão na massa”, explicou António Martinho, presidente da Entidade Regional de Turismo do Douro (ERTD), que, pelo segundo ano consecutivo, é responsável pela dinamização do Festival.

No próximo fim-de-semana, os turistas vão poder então participar no workshop “Aprenda a fazer o pão de quatro cantos de Favaios”, que vai decorrer na Padaria Manuela Barriguda, no sábado, pelas 15h00.

“Muita gente diz que o segredo do pão está na água de Favaios. Estará? Não sei. Eu acho que o segredo está na água, na forma de o tender, de o pôr no forno, no trabalho em equipa”, explica Ana Teresa Guedes, proprietária de uma das nove padarias que actualmente laboram na vila, a padaria Santa Bárbara.

Segundo a mesma responsável, uma jovem de 32 anos que abdicou voluntariamente da Universidade para assumir o comando da panificadora da família, o grande segredo é fazer todo o processo de produção do pão como se fazia antigamente, utilizando um forno a lenha.

Se outrora as vendas se verificavam mais no balcão da padaria, hoje, os 1500 pães de trigo, mais os pães de centeio e as bolas de carnes, entre outras especialidades produzidas por Ana Teresa Guedes, são, sobretudo, distribuídos por vários concelhos da região, e não só.

Para além do workshop, a programação do Festival prevê outras actividades, como uma visita à Adega Cooperativa local, onde é produzido o afamado vinho moscatel de Favaios, e a participação numa lagarada tradicional, na Quinta da Avessada, dinamizada pela Enoteca Douro.

“Este Festival é essencial porque desenvolve um turismo que envolve os actores locais, mais ligado ao desenvolvimento das indústrias locais”, considerou Artur Cascarejo, presidente da Câmara Municipal de Alijó.

O edil defende que o Douro “tem que vender o que tem bom”, não só a sua paisagem, mas também os seus sabores. “Temos produtos excelentes, sem os provar as pessoas não ficam a conhecer realmente a região. Queremos que os turistas provem, apreciem e comprem”.

António Martinho explicou que no próximo sábado começa a segunda fase do Festival que, iniciado em Junho, já animou Salzedas e Ucanha, ambas do concelho de Tarouca, estando já agendadas as programações para Barcos (dias 16 e 17), Provesende (dias 23 e 24) e Trevões (dias 30 e 31).

Realizado pela primeira vez em 2007, o Festival “pretende contribuir para a constituição de uma rede dinâmica de aldeias reabilitadas ao promover um conjunto de actividades que realcem os aspectos singulares de cada aldeia”.

“Ao promover a visita às aldeias, iremos trazer dinâmica e uma maior capacidade de reabilitar os seus espaços”, explicou o mesmo responsável, referindo que este ano o Festival conta com diversas actividades, desde concertos a Feiras de Produtos regionais, acompanhadas por animação de rua, com teatro, danças, saltimbancos, malabaristas e gaiteiros.

No caso de Favaios, ao Festival das Aldeias Vinhateiras junta-se, este ano, o Festival do Moscatel e do Pão, e a V Bienal de Gravura do Douro.

 

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