O primeiro caso ocorreu na quarta-feira da semana passada. Armindo dos Santos Ribeiro, taxista, 69 anos, residente em Bisalhães, freguesia de Mondrões (Vila Real) saiu de casa às 4h00 da madrugada e nunca mais foi visto. As autoridades têm batido a “pente fino” quase todo o concelho de Vila Real.
Ao início da tarde do dia do desaparecimento, o seu táxi foi encontrado com as chaves na ignição e aparentemente intacto, próximo da residencial Clássico, em Lordelo, a cerca de 6 km da sua residência. Para adensar ainda mais este mistério, no mesmo dia, o filho ainda falou para o telemóvel do pai, por volta das 9h00”, e este terá dito ao filho que se encontrava muito longe de Vila Real. Uma hora depois, o automóvel do taxista terá sido visto, pelo próprio filho, a circular junto ao Centro Hospitalar de Vila Real e há pessoas que o viram ainda em plena cidade de Vila Real, conduzido por um indivíduo na casa dos 20 anos.
Segundo a esposa, Conceição Cabral, Armindo dos Santos Ribeiro não lhe disse para onde ia e mostrou-se “bastante reservado”. “Levantou-se às 4h00 e eu até estranhei a hora. Por hábito, ele costumava levantar-se por volta das 6h00. Penso que não tinha qualquer serviço agendado”, contou.
Na cidade de Vila Real, os colegas deste taxista suspeitam que “na origem deste desaparecimento poderá ter estado um assalto”.
Segundo uma fonte da PSP, como o carro do taxista desaparecido foi encontrado nas imediações da Residencial Clássico, foi solicitada a lista de hóspedes para posterior pesquisa por parte das autoridades.
Cerca de uma centena de elementos da GNR, PSP, Bombeiros, PJ, auxiliados por um binómio cinotécnico, tem estado no terreno. As zonas de Lordelo, imediações da Residencial Clássico, Jorjais, Guiães, Abaças, Nogueira, Tanha foram alguns dos locais onde incidiram as buscas. Da parte da tarde, as atenções viraram-se para a zona das fraldas da Serra do Marão, nomeadamente para as imediações do retransmissor de Viariz da Poça e junto a uma capela na zona de Boavista, sítio onde teria sido detectado o sinal do telemóvel do taxista desaparecido.
Na manhã de sábado, outro taxista da praça da cidade foi alvo de um assalto. Tudo aconteceu por volta das 7h30, quando Fernando Matias Aleixo, 53 anos, residente em Andrães, foi abordado no lugar do Seixo em Vila Real, por “um indivíduo com cerca de 30 anos, de boa aparência, pedindo para o levar a uma aldeia de Vila Pouca de Aguiar”.
Segundo a versão da vítima, quando chegaram perto da aldeia de Guilhado (Vila Pouca de Aguiar, o indivíduo disse-lhe para tomar um caminho florestal, dizendo que ia ter com o pai que trabalhava na resina a fim de lhe pagar um serviço.
“Quando me mandou parar, saí normalmente para fora, foi na altura em que ele retirou a chave de ignição e ameaçou-me com uma garrafa de vidro na mão para lhe entregar todo o dinheiro que trazia, dizendo que não estava só”, referiu o taxista.
“Primeiro entreguei-lhe 160 euros que tinha no bolso, dizendo que não tinha mais, mas ele insistiu para lhe dar mais dinheiro senão morreríamos ali os dois”, acrescentou.
Ainda e segundo Fernando Aleixo, o assaltante disse–lhe que era “da zona de Guimarães e não actuava sozinho, estando obrigado a fazer o assalto”.
O taxista foi depois ameaçado a entrar na mala do seu táxi, tendo então o assaltante vasculhado a viatura até encontrar a carteira no bolso do casaco onde estariam mais 700 euros. O assaltante depois conduziu o carro até à entrada de Vila Pouca de Aguiar, onde abandonou o carro e o taxista. “Ainda deitou para dentro do carro algumas moedas que me tinha roubado e voltou-me a ameaçar que me mataria se eu apresentasse queixa na polícia”. O taxista suspeita que o assaltante “se colocou em fuga na direcção de um outro carro que os tinha seguido de Vila Real”.
Entretanto, um automobilista que passou na altura acabou por levar Fernando Aleixo ao posto da GNR. A PJ está a investigar mais este caso.
Este foi o segundo taxista de Vila Real em menos de uma semana a ser alvo de assalto.
Ainda a propósito do caso do desaparecimento de Armindo Ribeiro, Fernando Aleixo, está ciente que o Armindo terá resistido e acabou por ser agredido. “Ele era pacífico e homem de bem”, disse ao Nosso Jornal. O carro do taxista desaparecido foi levado para as instalações da Policia Judiciária de Vila Real para averiguações.
As buscas coordenadas pela PJ continuam.