Segundo Jorge Ferraz, da administração do laboratório privado, recentemente sedeado na capital de distrito vila-realense, os utentes podem fazer ali a recolha da urina que depois é enviada para análise, em Lisboa.
Trata-se de “uma nova análise não agressiva, um simples teste de urina, que vem melhorar o diagnóstico e reduzir o número de biopsias”. “O PCA3 é um teste não invasivo e permite um diagnóstico com exactidão, evitando que o homem tenha de repetir doze vezes uma biópsia, que é dolorosa, mesmo com anestesia”, explica o proprietário do laboratório privado, o ex-bastonário da Ordem dos Médicos, Germano de Sousa.
Segundo o responsável pelo único centro de medicina laboratorial que faz o teste em Portugal, “a biópsia é a principal prova no diagnóstico, mas pode acontecer que quando se retira um pedacinho de tecido para análise não se conseguir retirar com precisão o tecido com células cancerosas, o que obriga a repetição do procedimento”.
Já o PCA3 identifica o gene 3 do cancro da próstata, constituindo-se como “uma nova ferramenta de diagnóstico que vem colmatar algumas insuficiências que resultam dos meios de diagnóstico já existentes: o toque rectal, a análise ao PSA e a biópsia da próstata”.
Além da Espanha, da Alemanha e da Inglaterra, na Europa poucos são os países que já disponibilizam o mesmo tipo de análises não agressivas, no entanto, há a sublinhar como ponto negativo do exame, o custo para o utente que, ao ter que suportar o preço da análise sem a comparticipação do Serviço Nacional de Saúde, tem que despender de 300 euros.
O cancro da próstata é a segunda doença maligna mais frequentemente diagnosticada e uma das principais causas de morte nos homens. Em Portugal, registam-se anualmente quatro mil novos casos da doença e o número de óbitos ronda os 1400 a 1600 por ano.