Sábado, 14 de Dezembro de 2024
No menu items!

Uso de herbicidas está a envenenar animais e a poluir rios

A associação ambientalista QUERCUS, nos últimos dias, tem recebido, com bastante frequência, queixas de casos de envenenamento acidental de animais e contaminação de linhas de água. Tudo isto acontece dentro dos perímetros urbanos, em centenas de concelhos do país.

-PUB-

Na ribeira de Vale de Ermida, freguesia de Ermida, concelho de Vila Real, a água “está acastanhada”, sendo um dos casos onde é patente esta situação. A própria freguesia está preocupada com o aspecto de uma linha de água que outrora “era límpida e abundante em peixes”, e que, hoje, a sua própria água queima as terras”, conforme nos contou, José Lopes, tesoureiro da junta de freguesia.

Segundo o autarca, a situação da contaminação das águas ocorre na altura em que a ribeira leva mais água. Para já, “ainda não está apurado o que concorre para esta situação”. Mas, este problema não acontece só na freguesia de Ermida, o alerta da QUERCUS adianta que “foram detectadas e denunciadas a diversas entidades, a nível nacional, vários casos de contaminação de linhas de água e o desrespeito pelas normas básicas de segurança e aplicação de herbicidas e pesticidas, bem como os fluentes de estações de tratamento”.

Quanto aos pesticidas, o tipo mais vulgarmente detectado na água (subterrânea e dos rios) são os herbicidas, sendo responsáveis pela diminuição, nos últimos 30 anos, de algumas espécies de aves em áreas agrícolas, em modo de produção convencional, comparativamente às áreas florestais.

“Todos reconhecem que o uso de agro-químicos tóxicos na agricultura devem ser reduzidos e, sempre que possível, eliminados, já que não faz sentido a sua aplicação em locais públicos”, sublinha a QUERCUS. A associação ambientalista alertou já a Associação de Municípios Portugueses para esta situação. Faz ainda “um apelo a todas as autarquias” no sentido de não utilizar herbicidas”, alegando que existem métodos alternativos para o controlo da vegetação, arbustiva/herbácea, como os meios mecânicos e queimadores a gás. “Todos estes sistemas alternativos trazem vantagens ambientais significativas, com benefícios directos na saúde pública”.

Segundo a associação ambientalista, os três herbicidas de utilização muito comum no nosso país, contém o glifosato, “suspeito de estar associado a alguns tipos de cancro”. Já a intoxicação por glifosinato de amónio causa problemas neurológicos, respiratórios, gastrointestinais, e ainda defeitos congénitos em seres humanos e animais. O paraquat é “o herbicida mais tóxico que existe actualmente no mundo, capaz de afectar a saúde das pessoas e animais mesmo em doses baixas, sendo frequentemente fatal, sem o antídoto específico”.

Uma referência ainda para uma outra realidade que se constata com alguma frequência, que tem a ver com a aplicação de herbicidas em locais públicos, sem que a população seja devidamente avisada.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS