O objetivo desta investigação-ação, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, é implementar e testar “uma resposta de intervenção psicológica face às necessidades dos cuidadores, ao nível da relação que estabelecem com os jovens”, refere Catarina Pinheiro Mota, docente e investigadora da UTAD.
O estudo, que visa avaliar os efeitos da intervenção com os cuidadores e acompanhar em simultâneo o desenvolvimento de jovens que vivem nas instituições, abrange cerca de 240 cuidadores de 20 instituições.
Devido às constantes vicissitudes que os cuidadores enfrentam no contexto de acolhimento residencial torna-se “urgente o investimento na formação especializada, na supervisão continuada e no desenvolvimento emocional dos cuidadores” afirma Paula Mena Matos, da FPCEUP, pois as “vivência prévias de adversidade dos jovens que chegam à instituição obriga a desafios constantes para os cuidadores, que se confrontam frequentemente com o desejo de ajudar, associado a um sentimento de impotência”, sublinha Catarina Pinheiro Mota.
Este projeto vem assim ao encontro da necessidade sentida pelos intervenientes, na “criação de condições laborais que permitam aos cuidadores sentir-se apoiados no seu trabalho”, salientam as investigadoras.
Sendo os cuidadores figuras de “extrema relevância” para estes adolescentes, e embora não “substitutos de figuras parentais”, podem desempenhar um papel “decisivo na promoção do bem-estar e da adaptação psicossocial, fornecendo segurança emocional”, pelo que o projeto ao dirigir o olhar a quem cuida, pretende “garantir as melhores condições para o desenvolvimento de quem é cuidado”, concluem.