Através de uma reunião que juntou os reitores das Universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e de Vigo, realizada no dia 23, foram dados os primeiros passos para a criação do “Campus da Água”, um projeto que visa potenciar todos os setores em torno daquele fundamental recurso, ganhar escala em termos de acesso aos fundos comunitários e dinamizar o polo de Chaves da academia transmontana.
Dinamizado no âmbito da Conferência de Reitores das Universidades do Sudoeste da Europa (CRUSOE) e no contexto da macro região com o mesmo nome, o “Campus da Água”, que começa a ser agora idealizado entre as duas universidades, pretende ser “uma fábrica de projetos e iniciativas”, e trazer as condições, em termos de massa crítica, que possibilitem o acesso aos recursos financeiros da União Europeia para a “investigação, inovação e empreendedorismo”.
“Os recursos hídricos podem ser uma marca que nos una em torno do mesmo objetivo”, explicou Carlos Sequeira, reitor da UTAD, na sequência da reunião.
Segundo o mesmo responsável, começam agora a delinear-se as “primeiras ideias do que pode ser um Campus de Água”. “Analisamos as potencialidades e as dimensões das duas universidades para podermos firmar um campus de excelência em torno de um recurso que é fundamental”, sublinhou.
Nesta fase do projeto, as duas universidades estão a “identificar a massa crítica existente em cada universidade”, bem como “os clusters fundamentais para desenvolver a investigação”.
Com cerca de 350 alunos atualmente, contra os mais de cinco mil da Universidade de Vigo, o Polo de Chaves da UTAD servirá assim como “uma antena” do “Campus da Água” dedicado, por exemplo, às áreas do termalismo e do turismo. A criação de novos cursos é, segundo Carlos Sequeira, uma das possibilidades, sendo certo que o objetivo da universidade vai no sentido de consolidar aquela infraestrutura, dando resposta ao anseio do reitor de “buscar um território coeso e sob os auspícios da equidade”.
Salustiano Mato, reitor da Universidade de Vigo, lembrou que as universidades, “para terem futuro, não precisam apenas de salas cheias de alunos, precisam apostar na especialização e na singularidade”. “Queremos criar uma imagem de marca e aproveitar integralmente os recursos hídricos, em que os investigadores se devem centrar em dar soluções que possam ser absorvidas pelos tecidos empresariais”, sublinhou.
O reitor espanhol lembrou que falar da água enquanto denominador comum é falar no desenvolvimento de setores como por exemplo o “turismo ligado ao termalismo, a inovação social (água como elemento terapêutico para atender aos idosos, a pessoas dependentes e a crianças), meio-ambiente e alimentação segura e qualidade”.
Depois de idealizar o projeto, a Universidade de Vigo escolheu como “primeiro parceiro” para o seu desenvolvimento a UTAD, através do polo de Chaves, sendo de sublinhar que, apesar de ainda se encontrar numa fase inicial de constituição, o “Campus da Água” deverá estar a “fabricar” ideias e projetos em 2014, a tempo das candidaturas do próximo quadro europeu de apoios.