No sábado, os membros do Conselho Geral da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vão escolher o seu próximo magnífico reitor, sendo que, já amanhã, os dois únicos candidatos, Carlos Sequeira e Roy Kirby, vão poder expressar as suas ideias e projectos.
“As audições serão um momento para que algumas das preocupações, de uma forma que se pretende construtiva e empenhada no futuro da instituição, possam ser projectadas nas intervenções dos candidatos a Reitor”, explicou Francisco Seixas da Costa, presidente da Comissão Eleitoral.
O mesmo responsável enumerou uma série de questões que o Conselho Geral gostaria de ver respondidas na intervenção dos dois candidatos, entre as quais, uma eventual “mudança estratégica da UTAD na sua actuação no quadro regional, nomeadamente em relação a áreas como Bragança ou Chaves”.
“Qual deve ser a marca diferenciadora da UTAD, face à concorrência existente no mundo académico? Será útil à Universidade, num contexto com excesso de oferta, refocar a sua estratégia, fazendo de algumas áreas o seu foco de acção, utilizando as vantagens comparativas que entretanto ganhou? Ou importará prosseguir na linha actual e explorar as potencialidades que possam resultar da diversificação académica que tem vindo a empreender?”, questiona Francisco Seixas da Costa, corroborado pelos outros cinco membros cooptados do Conselho Geral.
Entre várias outras questões levantadas, os mesmos responsáveis querem saber “qual a estrutura mais adequada para promover a valorização económica do conhecimento e a cooperação para o desenvolvimento económico e social, no seio da região, que a UTAD pretende eleger como sua próxima área de acção”.
O desenvolvimento sustentável ao nível da implementação física dos seus equipamentos dentro e fora do campus académico, nomeadamente “que modelo de planeamento e gestão estratégica deve ser definido para o parque de edifícios, equipamentos científicos e meios de apoio à educação e formação”, está também entre as temáticas que o Conselho Geral pretende que sejam abordadas amanhã.
As suas opiniões sobre a possibilidade de estabelecimento de alianças com outras instituições de ensino superior, da criação de um novo modelo de gestão interna com uma linha de programação orçamental baseada em prioridades para futuros investimentos e de um novo modelo de utilização dos espaços e edifícios, enfim o Conselho Geral quer ver tocadas as várias áreas da realidade da universidade, inclusive, “quais serão as principais bandeiras dos programas de educação superior a nível de licenciatura, mestrado e doutoramento”, e que “potencial da UTAD, eventualmente inexplorado ou insuficientemente utilizado, poderá ser mobilizado”.
“Os membros cooptados consideram que seria interessante que os candidatos admitidos à selecção final para o lugar de Reitor, aquando da apresentação do seu programa de acção para os quatro anos do seu mandato, pudessem, na medida do possível, deixar claro perante a Academia a sua visão” para o futuro.
A comissão eleitoral da UTAD decidiu que, num universo de oito candidaturas apresentadas, apenas duas foram consideradas válidas e irão agora a votos.
Carlos Sequeira assume, desde 2002, início do primeiro de dois mandatos de Armando Mascarenhas Ferreira, actual reitor da Universidade, a vice-reitoria para a Área do Planeamento, Instalações e Equipamentos.
Roy Kirby, natural da Inglaterra, fez o seu percurso académico na Universidade Católica, tendo sido professor auxiliar da área da Microbiologia Alimentar, na Escola Superior de Biotecnologia, assumindo actualmente o cargo de director europeu para a “Avaliação da Segurança (Humana e Ambiental) e Assuntos Regulatórios” da empresa S.C. Johnson.
Esta será a primeira eleição para a reitoria depois da alteração dos estatutos da UTAD, destacando-se como principal novidade do processo, o facto do sufrágio, que antes era decidido entre os membros da Assembleia da Universidade, ficar agora a cargo de um grupo mais restrito de pessoas que constituem o Conselho Geral, nomeadamente, os 23 representantes dos estudantes, do corpo docente e não docente, onde se inclui ainda os seis membros cooptados.