“Neste momento há uma total ausência de apoios, quer do Ministério da Economia, neste caso falamos de verbas do QREN, quer da Estrutura de Missão do Douro, que ainda não sabemos se apoiam ou não, e ainda do Ministério da Cultura, cujas verbas disponíveis para a Região para este tipo de projectos são quase nulas”, contou, ao Nosso Jornal, Nuno Canelas, director do evento. Apesar destes constrangimentos, a realização da Bienal “não está em causa”. “Em risco não está porque quando começamos a preparar a Bienal o processo é irreversível, ou seja, já temos dezenas e dezenas de gravuras de todo o mundo para expor. O evento irá fazer-se sempre, até porque as gravuras dos artistas não estão dependentes de apoios”.
Em relação à Câmara Municipal de Alijó, o responsável “não tem razões de queixa”.
“O protocolo tem sido sempre cumprido, portanto não temos nada a dizer. Mas, o apoio da Câmara Municipal não chega. O nosso orçamento ronda os 80 mil euros, tirando o valor do protocolo com a Câmara Municipal que são 25 mil euros, faltam ainda cerca de 55 mil euros”.
Nuno Canelas fez questão de desvendar parte do programa da V Bienal Internacional de Gravura. O ponto mais alto será certamente a homenagem ao António Tàpies, que ainda produz muita arte, com quase 90 anos. Já há duas Bienais que tentamos fazer esta homenagem e nunca conseguimos. Temos também uma exposição muito interessante do Centro Português de Serigrafias, em Lisboa, com gravuras dos artistas principais do país e ainda um artista de Porto Rico, que vai ter uma Oficina de Gravura não tóxica.
Do programa faz ainda parte exposições individuais dos comissários da Bienal, conferências e, como temos um protocolo com o Parque Arqueológico do Côa, vamos fazer o paralelo entre a gravura tradicional e a gravura rupestre.
Este ano, esta grande Bienal irá ter representado 70 países e participarão cerca de trezentos artistas.