Fátima Costa tem um quiosque no centro da cidade e manteve o negócio para servir os seus “clientes fiéis que gostam de vir jogar no Euro Milhões e na raspadinha” apesar de as vendas terem descido significativamente.
Do outro lado da rua, fica o talho gerido por Juliana Fernandes que, com o aproximar da hora do almoço, reúne alguma clientela à porta. A empresária refere que “bem ou mal ainda vamos vendendo alguma coisa, mas o negócio caiu bastante” e que já notou que alguns dos seus clientes mostram já alguma dificuldade em adquirir os bens essenciais, muito porque “no início houve uma procura excessiva”.
A pandemia de Covid-19 afetou todos os setores da sociedade e para amenizar os efeitos na economia local, a autarquia criou um pacote de apoio financeiro para as famílias e empresas, que poderá atingir um milhão de euros.
O apoio é visto com bons olhos e poderá “ser um grande contributo” para aqueles que mais necessitam neste momento. “As pessoas estão a passar um mau bocado. Aliás, nem as pessoas com poder económico estavam à espera disto quanto mais as que já eram carenciadas. Claro que a nível emocional sofrem, mas a nível material o pesadelo é bem maior e agora com este apoio, por mais pequeno que seja, será uma grande felicidade”, referiu Fátima Costa.
Juliana Fernandes congratula a autarquia pela atitude e espera que, quando a vida voltar ao normal, “todos colaborem e comprem no comércio local”.
O conjunto de medidas visa, essencialmente, as empresas e também as famílias que foram mais afetadas pela pandemia e será crucial para quem se viu obrigado a ficar em casa e a fechar os seus negócios. “As pessoas não estão em casa porque querem, toda a gente está a correr riscos e é necessário que se ajude quem mais precisa”, disse Helena Borges, entrevistada à saída de um dos supermercados da cidade onde esteve a fazer compras para levar a uma pessoa amiga.
Também às compras esteve Olga Maia. Reformada por invalidez a receber mensalmente 330€, confessou à VTM que a pandemia veio agravar a sua situação. “Estou numa situação muito má. Ganho 330€, pago água, luz e pouco me sobra ao final do mês e o meu marido, com isto, não está a trabalhar”, referiu Olga que, depois de saber dos apoios que a Câmara Municipal está a dar às famílias, ficou mais esperançada.
Fátima Costa
Comerciante
"As pessoas estão a passar um mau bocado. Aliás, nem as pessoas com poder económico estavam à espera disto quanto mais as que já eram carenciadas”
Olga Maia
Habitante
"Estou numa situação muito má. Ganho 330€, pago água, luz e pouco me sobra ao final do mês e o meu marido com isto não está a trabalhar”
Juliana Fernandes
Comerciante
"Que depois disto passar, todos comprem no comércio local”
Helena Borges
Habitante
"As pessoas não estão em casa porque querem, toda a gente está a correr riscos e é necessário que se ajude quem mais precise”