Domingo, 1 de Dezembro de 2024
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Via Navegável do Douro vai receber investimento superior a 6,3 milhões

Sem direito a comemorações, o rio Douro completou, no dia 19, duas décadas de existência enquanto via navegável em toda a sua extensão. Considerada como “decisiva para o desenvolvimento turístico e económico da região”, em 2009 perto de 200.000 turistas usaram a via navegável em passeios entre a barragem de Crestuma e Barca D’Alva. A partir do início do próximo ano, prevê-se um conjunto de intervenções que vão permitir recuperar, beneficiar, valorizar e modernizar diversas infra-estruturas.

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A via navegável do Douro vai ser alvo de um investimento de 6,3 milhões de euros destinado a obras nos cais do Pocinho, Régua, Pinhão e Castelo, garante o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM).

Segundo o mesmo instituto, “as principais intervenções previstas, em princípio com início no próximo ano”, representam projectos com candidatura, ao Quadro de Referência Estratégico Nacional, já aprovada com comparticipações comunitárias na ordem dos 70 por cento, e propostas no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2011 do IPTM.

No cais do Pocinho, num projecto orçamentado em perto de 2,4 milhões de euros, os objectivos passam pela requalificação da zona ribeirinha, “reabilitando e melhorando as estruturas de apoio à navegação turística, comercial e de recreio, bem como os serviços básicos para as embarcações, no intuito de potenciar o desenvolvimento turístico na via navegável do Douro”. A intervenção envolverá assim o prolongamento do cais de cruzeiros fluviais, obras nas marginais envolventes e a criação de uma fluvina.

No que diz respeito à valorização e modernização do cais turístico fluvial do Peso da Régua, a operação pretende “melhorar as condições operacionais e de comodidade para a actividade turístico-fluvial e redução do impacto das situações de cheia nas infra-estruturas fluviais”, num investimento de mais de 1,3 milhões de euros.

Para o Pinhão, os projectos prevêem, segundo um orçamento de 735 mil euros, o “rearranjo e beneficiação da margem esquerda do rio Pinhão, incluindo a requalificação do terrapleno e a criação de condições para acostagem de embarcações de recreio, bem como a criação de um cais flutuante com 80 metros de comprimento para acostagem de embarcações turísticas de médio e grande porte”.

Finalmente, o IPTM avança que ainda em fase de análise da candidatura está o projecto de ampliação e remodelação do cais do Castelo, um investimento estimado em cerca de 1,9 milhões que pretende dar a esta estrutura “a dimensão de um cais secundário, tendo em vista aumentar a componente relativa a embarcações turísticas, através da construção de um cais turístico fixo e da ampliação/remodelação das restantes infra-estruturas já existentes no local, garantindo que a vivência do rio (com a potencialização das suas qualidades turísticas ligadas à utilização fluvial) possa criar zonas de estar em estreita ligação com o Douro”.

Segundo dados disponibilizados pelo IPTM, desde 1997, data de criação do extinto Instituto de Navegabilidade do Douro, “foi realizado um investimento total na via navegável na ordem dos 90 milhões de euros”, no entanto muitos responsáveis acreditam que ainda há muito a fazer.

“O Douro é um rio de bom navegar, cada vez está melhor”, garante o Comandante Hugo Bastos, da Douro Azul, empresa que, em actividade há 15 anos, já transportou pela via navegável “mais de um milhão de passageiros”.

Apesar de considerar que “as acessibilidades em todo o rio são cada vez melhores”, o comandante defende que “faltam mais cais” e a garantia de abastecimento de algumas questões logísticas que facilitem o trabalho das empresas transportadoras.

“Conforme o tráfego vai evoluindo vão-se criando novas necessidades e há um trabalho conjunto entre os armadores e a própria autoridade marítima que deve ser feito”, no sentido de perceber o que ainda falta fazer, considera Hugo Bastos.

Segundo números do IPTM, “a oferta de alojamento na Via Navegável proporciona 406 quartos, através dos sete barcos hotéis, aos quase 26.000 turistas que, por ano, permanecem no Vale do Douro”.

“Os cerca de 200.000 turistas que usam a via navegável em passeios turísticos entre a barragem de Crestuma e Barca D’Alva bem como as infra-estruturas de apoio à navegação, são factores de desenvolvimento de actividades comerciais com forte impacto na economia local, quer na criação de postos de trabalho, quer na dinamização de oportunidades de negócio associadas à frequência de turistas”, explica a mesma entidade.

A análise de evolução de passageiros, de acordo com o Estudo de Desenvolvimento da Via Navegável, num cenário de expansão, com melhorias ao nível das infra-estruturas e condições de acolhimento dos passageiros, estima uma taxa média anual de crescimento na ordem de 2,8 por cento de 2010 a 2015 e de 2,2 por cento de 2016 a 2020, revela o IPTM.

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