Foi o próprio director desta obra de arte sobre o rio Corgo, em Vila Real, Luís Nogueiro, da empresa Soares da Costa, que abordou este constrangimento. “O projectista não fez mais do que cumprir a Lei Nacional, no caso das obras de arte situadas a menos de 10 quilómetros de falhas sísmicas geológicas ou tectónicas, como é o caso de Chaves – Verin – S. Pedro do Sul”. Aliás, foi o próprio Instituto Nacional de Engenharia Tecnologia e Inovação, INETI, que enviou um parecer à empresa para terem atenção com este pormenor. “Os formatos hexagonais adequam–se mais a comportamentos vibratórios”, sublinhou Luís Nogueiro.
O professor e investigador do Departamento de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, UTAD, João Carlos Baptista referiu também a “existência de estruturas geológicas com falhas activas importantes que atravessam quase longitudinalmente o distrito de Vila Real e podem gerar movimentos sísmicos de magnitudes entre 7 a 7,5”. Contudo, este docente considera que para a realidade da região os intervalos de ocorrência desses grandes sismos podem ir desde os 4 mil aos 20 mil anos, só que não se sabe a data da última ocorrência”.
Refira-se ainda que, no distrito de Vila Real, existe a ocorrência de sismos de magnitudes menores, alguns não são sentidos outros são, mas não causam estragos ou qualquer tipo de problema.
A última ocorrência com algum significado no distrito aconteceu em dia 30 de Outubro de 2001 e foi sentido especialmente nos concelhos de Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar. Contudo, o mais violento que provocou o pânico nas zonas de Chaves e Vidago, foi registado em 25 de Dezembro de 1908, cujo epicentro foi na Galiza, atingindo o grau 6 da escala de Richter.
O viaduto do Corgo tem uma extensão de cerca de 3 quilómetros e os pilares chegam a atingir uma altura máxima de 130 metros. Na construção serão utilizados 150.000 m3 de betão e 17.000 mil toneladas de aço. Terá ainda um pico de frente de obra de 500 trabalhadores. Deverá estar concluído durante o Verão de 2012.