Os vigilantes da empresa Ronsegur Rondas e Segurança, com sede em Santa Maria da Feira, queixam-se de que têm de pagar do seu próprio bolso cerca de 650 euros para continuar a trabalhar no Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro (CHTMAD), em Vila Real.
Segundo um dos vigilantes, que preferiu manter o anonimato, a empresa Ronsegur informou a equipa, composta por 24 elementos, que teriam de tirar uma formação específica para que a inspeção pudesse aprovar a continuidade do serviço de auxílio no hospital, uma vez que em “muito em breve” vai entrar em vigor uma nova diretiva comunitária com regras relacionadas com a aterragem do helicóptero e com o heliporto. “A empresa disse-nos que teríamos de tirar obrigatoriamente uma formação específica para que a inspeção pudesse aprovar a continuidade do serviço de auxílio no hospital”, referiu um dos seguranças.
No total são três formações, ministradas pela Escola Nacional de Bombeiros, que os vigilantes têm de suportar, mais as despesas com as deslocações, alimentação e alojamento. “São despesas com a formação ‘Helicóptero’ em Macedo de Cavaleiros, no valor de 110 euros, mais a formação ‘Primeiros Socorros’ em Santa Maria da Feira, no valor de 80 euros e a de ‘Combate a Incêndio’, que decorre em Sintra, no valor de 300 euros”, explica o funcionário da empresa de segurança, acrescentando que reuniram com a empresa para tentarem chegar a um acordo de, “pelo menos” repartirem as despesas. “As formações são do nosso interesse, assim como da Ronsegur e do Centro Hospitalar de Trás-os -Montes e Alto Douro, que para ter as licenças necessárias para o helicóptero continuar aterrar no hospital, terá que ter pessoal formado. Nós, vigilantes, tentamos chegar a um acordo de forma a não suportamos com todas as despesas, uma vez que são bastante elevadas para a situação familiar de cada um”.
No entanto, segundo a mesma fonte, a resposta da empresa de Santa Maria da Feira, fundada em 2004, foi que os vigilantes teriam de “assegurar com todas as despesas” e que “não assumiam qualquer valor” referente às formações. “Chegaram mesmo a ameaçar que quem não fizesse a formação não ficaria a trabalhar na empresa”, desabafa este funcionário, adiantando ainda que 12 vigilantes já fizeram as três formações, em que gastaram mais de 650 euros e “nem o recibo ou certificado das mesmas a empresa passou”.
Os outros 12 vigilantes iniciaram esta semana as formações, sendo que há alguns que “nem no CHTMAD estão a desempenhar funções”, mas mesmo assim foram chamados para fazer estas formações.
Tentamos obter uma resposta por parte da Ronsegur, mas não foi possível até à hora de fecho desta edição.