O Santa Marta veio até Vila Real com o intuito de levar pontos de um reduto sempre difícil e entrou muito personalizado com uma pressão alta a meio-campo, não deixando o adversário delinear os lances de ataque. Mas, contrariando a boa postura dos penaguiotas, André Azevedo ganha uma bola e coloca de imediato em Shuster que faz o remate, mas a bola sai a rasar a trave, decorria o minuto 5. O Santa Marta respondeu numa lance rápido de ataque, mas o potente remate de Barroso sai às malhas laterais. Os vila-realenses tinham grandes dificuldades para organizar o seu jogo, devido às marcações e preenchimento dos espaços por parte dos visitantes. Perto da meia hora de jogo, André Azevedo remata para defesa atenta de Nené. A resposta saiu dos pés de Ricardo Martins, mas, entre os postes, Pedro corresponde. Volvidos 4 minutos, Mico perde a bola em zona proibida, onde mais uma vez valeu a atenção de Pedro. Aos 35’, vai surgir o lance polémico do encontro, com o árbitro a mostrar o cartão vermelho directo a André Teixeira que aparece na disputa de uma bola com Cenoura e o árbitro, ainda muito longe do local da suposta falta, entende que o jovem vila-realense agrediu Cenoura. Saliente-se que a auxiliar Marina Almeida, que estava no enfiamento da jogada, nada assinala. Muito mal o árbitro João Cabral na análise a este lance já que o lateral vila- -realense não merecia sair desta forma do encontro. A jogar com mais um elemento, o Santa Marta aproveitou para chegar mais vezes à área contrária. Aos 40’, os forasteiros delinearam uma grande jogada que culminou num remate de Armando que sai a milímetros do poste. Nada mais a registar até ao final dos 45 minutos.
Ao intervalo, o técnico Mike Patrick reajustou posições e deixou nos balneários o apagado Roger e André Lisboa para colocar Francis no lado esquerdo e António na frente atacante a dar apoio a Azevedo. Apesar das alterações, o Vila Real continuava a sentir muitas dificuldades para entrar na área contrária, que mantinha a boa estrutura organizativa. Bessa tentou de livre, mas a bola saiu por cima do travessão. Os penaguiotas não ficavam remetidos à defensiva e levavam perigo para as hostes da casa. Armando cruza para a área, onde aparece Ricardo Martins a cabecear para boa intervenção de Pedro. Poucos minutos volvidos, Nené vai brilhar e fazer a defesa da tarde. Há um cruzamento para o interior da área, André Azevedo faz o cabeceamento, mas Nené estica-se todo e com uma palmada tira a bola que ia entrar na quina da baliza. Com o tempo a passar, o Vila Real continuou a carregar no acelerador, onde António foi um autêntico quebra-cabeças, já que os defesas forasteiros apenas o conseguiam travar recorrendo à falta. Mas, dos livres não surgiram oportunidades flagrantes para os visitados chegarem ao golo. A 15 minutos do final, Mike Patrick vai arriscar tudo ao colocar mais um avançado em campo, Moura entra para o lugar de Mico. Mas, a melhor oportunidade de todo o encontro foi mesmo para o Santa Marta, na sequência de um livre, numa espécie de canto mais curto, a bola é levantada para o segundo poste onde aparece Bruno Figueiredo a cabecear ao poste, aos 82’. Até ao final, o Vila Real tudo tentou para conseguir vencer, mas não conseguiu criar ocasiões claras de golo. O resultado final acaba por ser justo, já que nenhuma das equipas merecia perder, pela entrega que imprimiram num terreno muito pesado e onde não foi fácil jogar.
Nota negativa para o árbitro João Cabral já que a sua actuação acabou por ter influência no desenrolar do jogo. Os seus auxiliares mostraram-se mais atentos e estiveram bem melhor que o juiz principal.
MIKE PATRICK, treinador do Vila Real
“Arriscamos tudo para vencer”
O técnico alvi-negro ficou conformado com o resultado, apesar de sublinhar a boa atitude da sua equipa, onde apenas faltou o golo que daria a vitória à sua equipa.
“A equipa lutou, trabalhou e os jogadores estão de parabéns pelo empenho e dedicação que demonstraram, independentemente de não terem conseguido a vitória. A partir do meio da primeira parte, ficamos reduzidos a 10 elementos o que complicou a nossa tarefa, mas, mesmo assim, a equipa uniu-se e lutou pelos três pontos. Infelizmente, não marcamos e perdemos uma boa oportunidade para chegarmos mais à frente. Na segunda parte fizemos tudo o que podíamos para vencer, colocamos o adversário lá atrás a defender, mas o golo não apareceu porque a bola não quis entrar. Tentamos encontrar soluções no banco, arriscamos tudo, foi pena ter ficado o nulo pela garra e confiança que toda a equipa mostrou. O trabalho do árbitro foi complicado, acho que falhou demasiado. A Associação de Futebol devia estar mais atenta e trabalhar mais para que os árbitros errem menos. Vamos já pensar no próximo jogo e tentar vencer o Alijoense.
JUSTINO, treinador do Santa Marta Penaguião
“Nenhuma equipa merecia perder”
No final do encontro, o técnico Justino ficou satisfeito com o resultado e com a exibição da sua equipa, referindo que nenhuma das formações merecia perder.
“Vi aqui duas equipas com vontade de vencer. Entramos personalizados e coerentes com aquilo que o adversário nos ia obrigar a fazer. Acabaram por ter duas oportunidades de golo, mas nós soubemos responder e criamos algumas situações de finalização. A jogar com mais um elemento, na segunda parte, não conseguimos imprimir o ritmo que pretendíamos. Isso só aconteceu mais tarde onde tivemos uma bola no poste, mas o adversário também teve uma excelente oportunidade onde Nené esteve muito bem a defender. Na parte final, o Vila Real arriscou bastante e nós tivemos que trabalhar para sair daqui, pelo menos, com o empate. Foi um jogo muito competitivo, interessante e com oportunidades de golo. Jogar neste terreno pesado não foi fácil e o resultado acaba por ser justo, já que nenhuma das equipas merecia sair derrotada. No final, dirigi-me ao árbitro e desejei-lhe boa sorte para o próximo jogo, já que este não foi nada fácil de acompanhar dadas as condições do relvado e as dificuldades em analisar correctamente alguns lances”.
FICHA TÉCNICA
Jogo disputado no Complexo Desportivo do Monte da Forca, em Vila Real.
Árbitro: Nuno Cabral
Auxiliares: Telmo Gonçalves e Marina Almeida
VILA REAL – Pedro, Bessa, Mica, Nuno Fredy, André Teixeira, Norberto, Shuster, Mico (Moura, 45’), Roger (António, 45’), André Azevedo, André Lisboa (Francis, 45’).
Suplentes não utilizados: Ivo, Ernesto, Castanha e Henrique.
Treinador: Mike Patrick
SANTA MARTA – Nené, Armando, David, Diogo, Bruno Figueiredo, Marante, João Mário, Jorginho (Cocas, 33’), Ricardo Martins, Cenoura (Sérgio Gouveia, 75’), Barroso.
Suplentes não utilizados: Fábio, Ricardo Borges e Sérgio Almeida.
Treinador: Justino
Cartões Amarelos: Bruno Figueiredo (52’), David (75’), Armando (77’), Bessa (81’), Barroso (85’) e Cocas (89’).
Cartões Vermelhos: André Teixeira (35’).