Entrada muito forte dos locais, que cedo se aproximaram com perigo da baliza de Nené, um guarda-redes que voltou a uma casa que bem conhece e que se cotou como um dos melhores elementos da sua equipa, ao negar por diversas vezes o golo aos vila-realenses. Contra a corrente de jogo, o árbitro inventa um livre à entrada da área, que Miguelito marca de forma superior, ao colocar a bola no ângulo esquerdo da baliza à guarda de Miguel, que nada podia fazer. Estavam decorridos 12 minutos de jogo. Os visitantes reagiram de imediato, com Felipe a rematar para defesa a dois tempos de Nené. O golo acabou por aparecer um pouco mais tarde, com Felipe a empatar, depois de uma grande confusão na área, Nené ainda evita por duas vezes o golo mas a terceira foi impotente para travar o desvio de Felipe. A igualdade chegou e já era mais do que merecida, uma vez que o Vila Real estava mais forte no ataque, pecando apenas no capítulo da finalização. A partir da meia hora de jogo, o Amarante subiu as suas linhas e começou a impor o seu futebol. Aos 38’, fruto dessa mesma ambição, André Azevedo, um regresso também ao seu clube de formação, faz tudo bem na área e remata cruzado, marcando o segundo para a sua equipa. A defesa transmontana facilitou e deu espaço ao avançado que não perdoou e também não festejou o golo que marcou à sua anterior equipa. Em cima do minuto 45, Nené voltou a brilhar ao negar o golo a Rui, na recarga Bukia encheu o pé mas a bola saiu por cima do travessão. Ao intervalo, o resultado era demasiado penalizador para Vila Real, que dominou mas faltou-lhe poder de fogo na área.
Na segunda parte, o Amarante entrou melhor e Azevedo teve nos pés a hipótese de bisar, valeu a saída de Miguel a atrapalhar a finalização do avançado. Com o terreno de jogo cada vez mais pesado, era difícil praticar bom futebol, no entanto, os visitados tentavam rolar a bola e pé para pé, em vez de optarem por um jogo mais direto, o que acabou por facilitar a tarefa da defesa amarantina. Mesmo assim, Felipe não soube aproveitar uma boa situação, ao rematar por cima. Depois Orlando marcou mesmo, mas o árbitro decidiu anular o golo por suposta falta que não conseguimos descortinar. Já em tempo de compensação, Nené volta a estar em grande ao defender o cabeceamento de Felipe, que levava selo de golo.
Vitória feliz da equipa mais eficaz. Já o Vila Real tem razões de queixa da arbitragem, que acabou por ter influência no desfecho final, ao anular um golo limpo.
Agora, o campeonato tem uma paragem de quase um mês e só regressa a 16 de fevereiro, com a segunda fase. Está tudo em aberto, apesar dos transmontanos terem alguns pontos de atraso para os seus mais diretos adversários.
Nuno Pereira treinador do Vila Real
“Há que encarar o futuro com confiança”
“Entramos bem no jogo, mas a partir de uma certa altura entrou em palco uma outra figura, que se dirigiu ao jogadores de forma intimidatória, mas mesmo assim soubemos reagir às adversidades e alcançamos o empate. Depois, começamos a complicar o que era fácil. Na segunda parte, a equipa foi mais intensa, mais objetiva e criamos algumas situações de golo, que não conseguimos concretizar. Do outro lado esteve também um bom adversário e um bom guarda-redes. Apesar da derrota, estou satisfeito com o desempenho dos jogadores, que tudo fizeram para chegar à igualdade e até conseguimos fazer o golo, no entanto, mais uma vez, houve uma pessoa que viu o que mais ninguém viu e decidiu anular o lance. Não quero arranjar desculpas, mas é necessário ter respeito por esta instituição, o que não tem acontecido em muitos jogos, em que somos constantemente penalizados. Agora, há que encarar o futuro com confiança. Vai haver reforços e na segunda fase vamos atacar com tudo”.
Pedro Pinto treinador do Amarante
Agora é que vai começar o verdadeiro campeonato”
“O terreno de jogo não permitiu que as equipas mostrassem o seu melhor futebol. O Vila Real estava moralizado com a vitória fora de portas, mas nós conseguimos contrariar o processo ofensivo do adversário. Tivemos sempre as nossas linhas muito juntas, o que acabou por resultar, uma vez que o Vila Real quebrava devido a ter muita gente na frente de ataque. Se continuar assim, acho que o Vila Real vai tirar pontos a muitos adversários. Esta vitória permite-nos respirar melhor e alargar a distância sobre um adversário direto. O nosso objetivo é não descer de divisão e agora é que vai começar o verdadeiro campeonato, a segunda fase, uma vez que na primeira fase ninguém desce de divisão. O nosso plantel é curto e precisa de ajustes. Vamos aproveitar esta pausa para retificar algumas posições, não temos dinheiro mas temos tempo para preparar a equipa para o que ainda aí vem”.
Ficha Técnica
Jogo disputado no Complexo Desportivo do Monte da Forca.
Árbitro: Renato Gonçalves (A.F. Guarda).
Auxiliares: Rui Fernandes e Paulo Brás.
VILA REAL: Miguel, Carreira, Anderson, Fred (Patrick, 68’), Telmo, Castanha, Rui, Orlando, Felipe, Bukia e Aquini (Schuster, 64’).
Suplentes não utilizados: Andrey, Francis, Daniel, Miguel e Eduardo.
Treinador: Nuno Pereira.
AMARANTE: Nené, Carlos, Pedro, Tiago, Cardoso (César, 56’), Miguelito, Marqueiro, Dany, Miguel (Pimenta, 75’), Azevedo e Marquinhos (Brandão, 87’).
Suplentes não utilizados: Patrick, Flávio, Rodrigo e Armando.
Treinador: Pedro Pinto.
Ao intervalo: 1-2.
Cartões Amarelos: Anderson (12’), Azevedo (21’), Dany (28’), Marqueiro (59’ e 76’), Miguelito (59’), Miguel (75’), Nené (90’).
Cartão Vermelho: Marqueiro (76’, ac.).
Marcadores: Miguelito (12’), Felipe (24’), Azevedo (38’).