Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
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Vila Real, 1 | Alijoense, 0

A tarde primaveril convidou muitos adeptos para assistir ao jogo da jornada, que colocou frente-a-frente o Vila Real e o Alijoense, o segundo contra o terceiro classificado, com apenas um ponto a separar estas duas equipas na tabela classificativa. Um golo solitário de Nuno Fredy, já em tempo de compensação, deu os três pontos aos alvi- -negros que continuam, assim, a sua perseguição ao líder, Mondinense, que nesta jornada não deu tréguas e venceu por sete a zero a formação de Pedras Salgadas.

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Como lhe competia, o Vila Real assumiu o jogo, mas teve pela frente uma formação bem escalonada que não deu grandes espaços ao adversário para fazer a circulação de bola, entre sectores. Os donos da casa dominavam, mas sentiam dificuldades de penetração no último reduto do Alijoense, onde os centrais iam chegando para as encomendas. Mesmo assim, aos 15’, Moura poderia ter aberto o activo, mas, na cara de Gato, deixa-se antecipar e o guarda-redes tira-lhe a bola dos pés, com grande categoria. A primeira perdida incrível dos vila-realenses. Aos 35’, numa boa jogada de ataque dos visitados, Moura endossa o esférico para Castanha que, já dentro da área, é tocado no pé por Caio. O árbitro não teve qualquer dúvida em assinalar o castigo máximo. Chamado à conversão, Shuster permitiu a Gato fazer a defesa, num remate com pouca convicção do criativo alvi-negro. Mais uma perdida incrível da equipa que casa, que nos últimos jogos tem sentido muitas dificuldades na finalização. Pouco depois, aos 38’, André Azevedo tenta fazer o chapéu a Gato, que sai da área e defende com as mãos o remate do jovem avançado da casa. O árbitro não teve outra alternativa e deu ordem de expulsão ao guarda-redes forasteiro. Reduzido a dez elementos, o Alijoense ainda se fechou mais, abdicando quase por completo do ataque, aliás, durante a primeira parte, não teve uma única situação clara de golo.

No reatamento, o Alijoense entrou melhor no jogo e, aos 47’, Fraguito remata às malhas laterais. A resposta não tardou, numa jogada em que o Vila Real vai mesmo chegar ao golo, mas o árbitro assistente vai invalidar o lance. Moura vai à linha, cruza para a área, onde aparece Henrique a facturar, mas o árbitro invalida a jogada, argumentando que a bola já tinha saído das quatro linhas, na hora do cruzamento. Mas, como estávamos mesmo em cima da jogada, que foi à nossa frente, posso testemunhar que a bola não saiu e nem sequer esteve em cima da linha. Um erro crasso do assistente Tiago Mota, que se mostrou sempre temeroso e pouco convicto das decisões que tomou. Já com dez contra dez, com a expulsão de Ernesto, que viu o segundo cartão amarelo, Shuster rematou forte para uma excelente intervenção de Lipe. Depois de mais algumas perdidas dos homens da casa e já com o Alijoense reduzido a nove, devido à expulsão de Luís Silva, o Vila Real vai chegar ao golo da vitória. A bola é levantada para o interior da área, onde aparece Nuno Fredy a cabecear para o fundo da baliza, Lipe ainda se fez ao lance, mas foi impotente para travar o remate, decorria o minuto 92. Já não houve tempo para o Alijoense esboçar qualquer tipo de reacção. A vitória acaba por ser justa, já que o Vila Real foi a única equipa que procurou a vitória.

Num jogo que tinha os ingredientes necessários para ser um bom espectáculo, a equipa de arbitragem quis voltar a ser protagonista e estragou a “festa” do futebol. Foram demasiados erros que acabaram por enervar os protagonistas e o público, numa tarde infeliz deste trio, comandado por Vítor Silva que não soube ‘pegar’ no jogo. A nível disciplinar, esta jovem equipa tem que rever bem os seus critérios. O assistente Tiago Mota terá de estar mais atento, pois errou no lance em que Moura cruzou, claramente dentro das quatro linhas, para o golo de Henrique que acabou por ser mal anulado.

 

CARLOS FELISBERTO, treinador do Vila Real

“Contra tudo e contra todos”

O técnico alvi-negro ficou satisfeito com a vitória, que classificou de extremamente difícil, onde a equipa de arbitragem foi protagonista.

“Foi uma vitória extremamente difícil, com vários condicionalismos, não só porque o Alijoense tem uma excelente equipa, mas sobretudo pela actuação da equipa de arbitragem. Para terem qualidade, terão de passar despercebidos e não foi isso que se passou aqui hoje. Não tínhamos boas recordações da última vez que nos cruzamos com esta equipa de arbitragem, no jogo com o Régua, mas ‘quem dá o que tem e o que sabe, a mais não é obrigado’, e a conclusão que retiro deste jogo é que este trio é muito fraco, muito instável do ponto de vista emocional. Perdeu o controlo do jogo cedo porque quer, com inúmeras decisões erradas e quase sempre em prejuízo do Vila Real, como no lance do golo de Henrique, que foi limpo. No meio disto tudo, felizmente conseguimos vencer e conquistar os três pontos, que nos mantém na luta pela subida, vamos continuar a lutar contra tudo e contra todos”.

O próximo jogo realiza-se amanhã, no Mote da Forca, onde o Vila Real recebe o Vidago, num jogo da Taça AFVR. Carlos Felisberto está confiante em chegar à final. “É um jogo diferente. Ambas as equipas vão querer ganhar, o que está em causa é uma presença na final, onde nós queremos estar em Maio. Esperamos que o tempo ajude para que o relvado do Monte da Forca esteja à altura das duas equipas que se vão defrontar nesta meia-final”.

 

Mário André, treinador do Alijoense

“O senhor Vítor Silva não tratou bem o Alijoense”

No final do encontro, o técnico forasteiro mostrou-se agastado com a actuação da equipa de arbitragem

“Em primeiro lugar, quero dar os parabéns ao Vila Real pela vitória. No final do jogo, tive a oportunidade de falar com o árbitro, porque acho que ele não foi coerente. Eu já sabia que muito dificilmente sairia de Vila Real com um ou com três pontos, mas o que me preocupava mais era o jogo da Taça, na sexta-feira, onde não vou poder contar com mais dois jogadores. A expulsão do Gato é correctíssima, nada a dizer. A expulsão do Luís Silva é mais uma aberração do futebol, eu já tinha avisado os jogadores para o que poderia acontecer, mas contra isto é impossível. Houve outra incorrecção por parte do árbitro na marcação da grande penalidade, que não existe em qualquer parte do mundo. Notei durante os 95 minutos que o Vila Real mostrou muita intranquilidade, assim como a sua equipa técnica e os seus associados ainda mais. Tudo isto prova que o Alijoense é uma grande equipa e que viemos incomodar não só o Vila Real, mas também todos os agentes desportivos que lidam a nossa associação. Estranhamente, não percebo estas nomeações, já estava apreensivo quanto a ela e agora só tenho que dizer que o senhor Vítor Silva, tal como aconteceu na primeira jornada em Santa Marta, não tratou bem o Alijoense. Não foi coerente e prejudicou-nos, mas saio satisfeito com a minha equipa. Independentemente de todas as contrariedades, vamos a Murça para discutir a meia-final da Taça e continuar a lutar pelos nossos objectivos”.

 

Ficha Técnica

 

Jogo disputado no Complexo Desportivo do Monte da Forca.

Árbitro: Vítor Silva

Auxiliares: Tiago Mota e Rui Rebelo

 

VILA REAL – Ivo, Bessa, Peixoto (Miguel Ângelo, 64’), Nuno Fredy, Mica, Ernesto, Henrique (Diogo, 75), Castanha, Moura (Leandro, 61’), Shuster, André Azevedo.

Suplentes não utilizados: Pedro, Francis, Miguel e Mico.

Treinador: Carlos Felisberto

 

Alijoense – Gato, Fraguito, Ferraz, Guilherme (Fábio, 67’), Rivaldo, Valente, Luís Silva, Durval, Pegarinhos (Bruno Amaral, 79’), Kostadinov (Lipe, 40’), Caio.

Suplentes não utilizados: Pedro, Pedro Gravelos e Zé Tó.

Treinador: Mário André

 

Ao intervalo: 0 – 0

Cartões Amarelos: Pegarinhos (16’), Ernesto (18’ e 70’), Bessa (19’), Nuno Fredy (25’), Mica (30’), Caio (35’), Fraguito (43’), Lipe (52’), Peixoto (56’), Luís Silva (57’e 77’),

Cartões Vermelhos: Gato (38’, dir.), Ernesto (70’, ac.), Luís Silva (77’, ac.).

Marcador: Nuno Fredy (92’)

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