Como lhe competia, o Vila Real assumiu as despesas do jogo, mas, apesar de dominar no centro nevrálgico do terreno, sentia muitas dificuldades para penetrar no bem armado bloco defensivo forasteiro. Foi preciso esperar até ao minuto 25 para ver o primeiro sinal de algum perigo junto da área do Pedras Salgadas. Francis coloca ao segundo poste, mas Bruno tira da zona perigosa, quando Leandro se preparava para alvejar a baliza. O jogo estava vivo, mas as equipas não conseguiam incomodar os guarda-redes, só Bessa, aos 37’, num cruzamento/remate poderia ter inaugurado o marcador, mas valeu a atenção de um defensor que desviou pela linha final. A resposta do Pedras surgiu através da velocidade de Machado, mas Ernesto consegue fazer o corte. Já sobre o intervalo, a melhor oportunidade desta primeira parte. Castanha faz um chapéu ao guarda-redes, valeu à atenção de Bruno a tirar sobre a linha de golo. Ainda na sequência do lance, Leandro aparece sozinho na cara do guarda-redes e atira ao lado. Uma perdida incrível do avançado da casa, mesmo em cima do minuto 45.
Para o segundo tempo, os dois técnicos optam por não mexer nas equipas e voltam a apostar nos mesmos jogadores. Os visitantes entraram com uma boa dinâmica ofensiva e, logo a abrir, Gonçalo atira à trave. Volvidos dois minutos, Portal teve nos pés o golo, mas valeu a excelente defesa de Ivo, depois de uma perda de bola infantil de Ernesto. A resposta veio de uma boa jogada de Leandro que Azevedo não conseguiu finalizar com êxito. Aos 54’, o Pedras ficou reduzido a dez elementos por expulsão de Bruno, que viu o segundo cartão amarelo. A precisar dos três pontos para não deixar a liderança, o técnico Carlos Felisberto fez entrar o irrequieto Henrique e o avançado Moura para os lugares de Francis e Leandro, respectivamente. Como em futebol corrido, o golo teimava em aparecer, o Vila Real tentou os lances de bola parada e, aos 74’, esteve perto de marcar. Lisboa coloca em Henrique que aparece em boa posição, mas acaba por atirar às malhas laterais. Mais uma excelente ocasião gorada pelos homens da casa. O Pedras respondeu de imediato, numa jogada rápida de contra-ataque. Portal aparece na frente de Ivo, faz o remate para mais uma grande defesa do jovem guardião vila-realense. A mostrar o porquê de merecer a confiança do técnico Carlos Felisberto. Aos 81’, Moura aparece isolado, mas não consegue desfeitear o guarda-redes Diogo, também ele numa tarde de grande inspiração. A bola ainda fica na posse do Vila Real, Henrique entra na grande área e tenta passar com a bola por entre dois jogadores, mas Vítor Rodrigues toca com o braço na bola e o árbitro, perto do lance, não teve qualquer dúvida em apontar para a marca de castigo máximo. Chamado à conversão, André Lisboa não perdoa e faz o único golo do encontro, que valeu três preciosos pontos. Já perto do final, Diogo volta a brilhar ao defender por três vezes os remates dos avançados locais. Houve ainda tempo para o árbitro mostrar o cartão vermelho directo ao capitão forasteiro, que ficou perplexo com a atitude do juiz da partida.
Foi um espectáculo emotivo, onde venceu a equipa que mais procurou a vitória, o Vila Real. O Pedras deu uma boa réplica, mostrou que é uma equipa muito perigosa, o que valorizou ainda mais o futebol praticado sobre o pelado do Calvário.
CARLOS FELISBERTO, treinador do Vila Real
“Estes três pontos devem-se ao Ivo”
O técnico alvi-negro ficou satisfeito com a vitória e com a exibição dos seus atletas, num jogo onde só a vitória interessava.
“Foi uma vitória extremamente difícil, valorizada por uma equipa do Pedras que tem vindo a fazer uma campeonato muito positivo. Demonstrou em campo que é uma equipa muito organizada. Quando não tinham a bola, todos os jogadores recuavam e colocavam-se atrás da linha da bola, o que nos criou algumas dificuldades. Também conseguiram explorar alguns erros da nossa defensiva, em rápidas transições e tentaram destabilizar a nossa equipa emocionalmente, com sucessivas perdas de tempo. À medida que o tempo ia decorrendo, a nossa equipa foi ficando ansiosa e o Pedras foi ganhando confiança e teve algumas boas situações para marcar, fruto de erros nossos. Não gosto de particularizar, mas estes três pontos devem-se ao Ivo, que mostrou o potencial que ainda tem pela frente, pois é um jogador muito jovem. A vitória é inteiramente justa por tudo aquilo que fizemos ao longo dos 90 minutos. Ainda faltam seis finais, há que manter a determinação que hoje evidenciamos, a qualidade que demonstramos em muitos momentos do jogo e se o fizermos, estou convicto que estaremos no bom caminho e mais próximos daquilo que pretendemos”.
Carlos Felisberto falou ainda da falta de pontaria dos seus avançados. “Mais uma vez, falhamos inúmeras situações claras de finalização, principalmente depois de estarmos em vantagem, poderíamos ter tranquilizado o jogo e não teríamos a necessidade de abordar os últimos minutos com tanta ansiedade. Mas, num futuro próximo, iremos melhorar no capítulo da finalização”.
Rui fernandes, treinador do Pedras Salgadas
O técnico forasteiro não quis prestar declarações, mostrando-se agastado com a actuação do trio de arbitragem.
Ficha Técnica
Jogo disputado no Campo do Calvário, em Vila Real.
Árbitro: Francisco Vicente
Auxiliares: Nuno Costa e António Trindade
VILA REAL – Ivo, Mica, Francis (Henrique, 63’), Peixoto, Ernesto, André Lisboa, Castanha (Conceição, 93’), Bessa, Leandro (Moura, 65’), Shuster, André Azevedo.
Suplentes não utilizados: Pedro, André Fontinha, Carlos Pereira e Luisinho.
Treinador: Carlos Felisberto
PEDRAS SALGADAS – Diogo, Dany I, Bruno, Tiago, Luís, Vítor Rodrigues, Gonçalo, China, Braulio, Machado (Wilson, 58’), João Portal.
Suplentes não utilizados: Gabi, Dany II, Daniel, Dominique e Duarte.
Treinador: Rui Fernandes
Ao intervalo: 0 – 0
Cartões Amarelos: Bruno (45’ e 54’), Peixoto (57’), Pedro (70’), Vítor Rodrigues (82’), Moura (84’), Henrique (86’),
Cartões Vermelhos: Bruno (54’, ac.) e Dany I (92’).
Marcador: André Lisboa (82’)