A cidade de Vila Real mereceu a melhor ‘nota’ a nível nacional em dois (Transportes Públicos Urbanos e Teatros) dos mais de 50 parâmetros tidos em conta no estudo sobre a qualidade de vida em 21 cidades portuguesas, para o qual o qual a Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) inquiriu mais de três mil cidadãos.
Segundo o estudo, que vai ser publicado na edição de julho da DECO Proteste, no cômputo geral, Vila Real apresenta um índice de qualidade de vida de 56, o que coloca a capital de distrito em nono lugar da tabela, depois de cidades como Viseu (líder do ranking), Funchal, Angra do Heroísmo, Castelo Branco ou Bragança.
No entanto, analisando mais ao pormenor os resultados, é possível verificar que Vila Real é a melhor cidade para se viver quando se fala em termos de transportes públicos urbanos e em relação ao teatro, dois parâmetros que apresentam os índices mais altos a nível nacional, 75 e 71 respetivamente.
“Vila Real destaca-se por ter uma rede de transportes públicos bastante apreciada”, adianta a DECO Proteste de julho.
“É uma excelente notícia, porque comprova que o serviço está a funcionar, que os utilizadores estão satisfeitos”, sublinhou João Queirós, administrador da Corgobus, empresa que garante o funcionamento da Rede de Transportes Públicos de Vila Real.
Segundo o mesmo responsável, desde que foi criado, os serviços de transportes têm registado um aumento no que diz respeito à utilização pela população, um crescimento que foi mais significativo nos primeiros anos e que agora se situa na ordem dos dois por cento em relação ao ano passado.
Relativamente ao futuro dos transportes públicos, e apesar de não querer avançar com mais pormenores, o mesmo responsável adiantou que “em breve vai haver novidades muito boas para os vila-realenses”.
Também Vítor Nogueira, diretor do Teatro de Vila Real, se mostrou satisfeito com os resultados do estudo, lembrando que um dos feitos conseguidos pela casa de espetáculos foi o desenvolvimento de uma “relação muito boa” com a população da região. “As pessoas criaram um sentimento de pertença em relação ao teatro”, testemunhou.
Tal como tem vindo a acontecer desde a sua inauguração, este ano, e ao contrário da grande parte das principais casas de espetáculos espalhadas pelo país, o Teatro de Vila Real não encerra para férias. Pelo contrário, garante um conjunto de iniciativas que promete animar a região durante o período estival, nomeadamente o Festival Músicas do Mundo, que no seu concerto de arranque, realizado no dia 23, contou com a presença da cantora Áurea e levou mais de duas mil pessoas ao auditório exterior.
Bragança ganha em vários parâmetros
A capital de distrito brigantina, que apresentou nas conclusões do estudo um índice de qualidade de vida de 58, ocupando assim a sexta posição na lista das 21 cidades envolvidas, é líder em vários dos parâmetros analisados, como por exemplo, no que diz respeito à habitação, com grande parte dos inqueridos brigantinos a mostrar-se muito satisfeitos com a área da casa onde vivem. “De uma forma geral, Bragança e Funchal destacam-se por terem casas com mais qualidade”, concluiu o estudo, que sublinha também as potencialidades da cidade ao nível, por exemplo, de segurança, ruído, supermercados e trânsito.
Mas os resultados brigantinos vão ainda mais longe, com os residentes a serem “os menos críticos quanto à circulação e estacionamento de automóveis”, de tal forma que a cidade consegue mesmo a pontuação mais alta na vertente internacional do estudo, que, no total, envolveu 124 de cinco países.
A conclusão do estudo apresenta Bruges, na Bélgica, como “a melhor cidade para viver, enquanto Salvador, no Brasil, é a pior”.