Num jogo muito disputado e emotivo, com muitas oportunidades de golo, o empate acaba por ser um resultado que se aceita face ao que se passou em campo, mas se o Vila Real vencesse não espantaria ninguém, uma vez que teve sempre o domínio de jogo nos seus pés. Nem parecia que frente-a-frente estava o primeiro classificado (Rebordosa) com um dos últimos da tabela (Vila Real).
Apesar do mau momento que atravessa o emblema alvi-negro, que vinha de quatro derrotas consecutivas, a vontade de vencer e dar a volta a esta maré de maus resultados ficou patente no pesado relvado do Monte da Forca, mas, ou por infortúnio ou por situações normais do futebol, as redes ficaram invioláveis. A partir dos vinte minutos, houve vários lances perigosos junto das áreas. O primeiro sinal de perigo saiu dos pés de Pedro que tem um forte remate que saiu a centímetros do travessão. A resposta dos forasteiros não tardou, Cafú ganha na área e serve Silvério que remata para defesa atenta de Vieira. Aos 21’, excelente ocasião para os vila-realenses inaugurarem o marcador, mas o cabeceamento de Pedro sai a rasar o poste. Perto da meia hora de jogo, também, o adversário esteve perto de marcar, mas Cafú fez o mais difícil ao atirar por cima da trave. De seguida, Vieira vê o remate do veterano Pedro Oliveira bater com estrondo na quina do poste à sua guarda. Já muito perto do intervalo, Nuno Meia tem uma grande oportunidade que Magalhães nega ao cortar com o corpo, aquele que parecia ser o remate certeiro.
Na 2.ª parte, o jogo continuou na mesma toada com emoção e competitividade a toda a largura do terreno. O Vila Real continuou a ter o maior domínio de jogo e mais posse de bola. Já o Rebordosa optava por apostar nos lances rápidos de contra-ataque. Num desses lances rápidos, é Filipe a salvar o golo, já com Vieira batido. Pouco depois, o guarda-redes Vieira vai ter de ser substituído, uma vez que sai lesionado de um lance que disputou com um avançado forasteiro. Para o seu lugar entrou Gamito que mostrou qualidade e negou por duas vezes o golo ao adversário. Anteriormente, já tinha saído de jogo Pedro que se ressentiu de uma lesão. Muitas contrariedades para um plantel que é demasiado curto e que se vê “a braços” com demasiadas lesões. Apesar de tudo, os visitados continuaram a acreditar e foram à procura do golo que lhe garantisse os três pontos. André Lisboa num grande remate proporciona a defesa da tarde a Magalhães. Um minuto volvido, André Lisboa, de novo, em destaque, mas o remate vai bater na trave. Na confusão do lance, os alvi-negros pedem grande penalidade por suposta mão do jogador do Rebordosa dentro da área. O árbitro, perto do lance, manda seguir o jogo. Perto do final do encontro, Cafú ganha em velocidade e atira à trave. Também o Vila Real teve mais uma ocasião para chegar ao golo, mas a defensiva visitante com jogadores muito altos na retaguarda não facilitou e o nulo acabou por se manter.
Num excelente jogo de futebol, com muitas ocasiões, só faltaram os golos para abrilhantar o espectáculo.
A equipa de arbitragem, vinda de Braga, teve alguns lapsos e não esteve bem no capítulo disciplinar, prejudicando a equipa da casa.
Luís Pimentel, treinador do Vila Real
“Nem parecia que o Rebordosa era o primeiro classificado”
Luís Pimentel sublinhou que a sua equipa lutou taco-a-taco com o líder para vencer o jogo, mas faltou um pouco de sorte para amealhar os três pontos que tanta falta fazem ao grupo de trabalho.
“Por tudo aquilo que temos vindo a fazer ao longo dos últimos jogos, merecíamos mais que um empate. Mas, a estrelinha da sorte não nos tem acompanhado, até no aspecto das lesões. Hoje, ficámos sem o Pedro e sem o Vieira. Ainda de fora das nossas opções continuam o Miguel, Bessa, Castanha e Zé Monteiro. Não vamos desistir de lutar e isso ficou provado, aqui, perante o líder, onde não fomos inferiores em nada. Mesmo num terreno pesado e difícil, tivemos momentos de excelente futebol, colocamos o Rebordosa sobre uma pressão alta e constante, sem que eles conseguissem sair do seu meio-campo. Mas, na realidade não conseguimos marcar um golo que seria muito importante para vencer num terreno pesado como este. O Rebordosa também é uma grande equipa e não é por acaso que está no topo da tabela. Tenho que estar orgulhoso desta equipa que tudo fez para ganhar. Quem assistiu ao jogo, não parecia que era o Rebordosa era a equipa que está em primeiro lugar”.
No próximo encontro, o Vila Real vai deslocar-se a Torre de Moncorvo, num ‘derby’ transmontano que se espera muito difícil, mas que o técnico promete uma equipa aguerrida e que vai jogar para vencer.
“Estou optimista para o futuro e já no domingo vamos a Moncorvo procurar a vitória, pois temos qualidade para disputar o resultado, apesar de todas as condicionantes que o plantel atravessa neste momento”.
António Monteiro, treinador do Rebordosa
“O Vila Real deu uma boa réplica”
O técnico forasteiro afirmou que a sua equipa perdeu dois pontos, num jogo em que tiveram muitas ocasiões para saírem vencedores. Mas, também sublinhou o bom jogo dos alvi-negros.
“Perdemos dois pontos. Tivemos várias oportunidades para marcar, com três bolas ao poste e outras tantas ocasiões que poderiam ter dado golo. A equipa bateu-se bem, mas o Vila Real também procurou vencer, jogou bem, deu uma boa réplica e o resultado acaba por ser adequado ao que se passou. Nenhuma equipa merecia a derrota. O nosso objectivo primordial passa por ficar nos seis primeiros lugares, como a maioria das equipas. Estamos numa boa posição e vamos continuar mantê-la até ao final”.
FICHA TÉCNICA
Jogo disputado no Complexo Desportivo do Monte da Forca
Árbitro: Ricardo Coimbra
Auxiliares: António Ribeiro e Nicolas Oliveira
VILA REAL – Vieira (Gamito, 78’), Filipe, Ernesto, Nuno Fredy, Peixoto, Norberto, Pedro (Caniggia, 55’), Luís Carlos (Leirós, 90’), Moura, Nuno Meia, André Lisboa.
Suplentes não utilizados: Conceição e Fred.
Treinador: Luís Pimentel
REBORDOSA – Hugo Magalhães, Wagner, Fábio, Gustavo, Cafú, Íta, Pedro Oliveira, António Carvalho, Silvério (Cristêlo, 81’), Leal (Joel, 71’), Amaro.
Suplentes não utilizados: Fábio, Cerqueira, Filipe, Rui Pedro, Séninho.
Treinador: António Monteiro
Cartões Amarelos: Luís Carlos (33’), Norberto (68’), Wagner (69’) e António Carvalho (91’).