Mais de meia centena de habitantes do Bairro da Lapa, em Presegueda, Vilarinho de Freires, concelho de Peso da Régua, vivem há dois anos desesperados com o mau cheiro proveniente da Estação de Tratamentos de Águas Residuais, ETAR, construída à beira da estrada da localidade.
“Não podemos abrir as janelas, nem estender roupa, o cheiro fica nas casas e o barulho dos motores das máquinas de tratamento não nos deixam descansar”, disse Filomena Fernandes, uma das 40 habitantes do lugar. “Até as duas paragens de autocarros deixaram de ser usadas, ninguém suporta estar a respirar aquele ar. Estamos fartos desta piscina da porcaria”, sublinhou.
O presidente da Junta foi informado desta situação e a 14 de Abril enviou um ofício à Câmara Municipal de Peso da Régua e à empresa gestora da ETAR, a Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro, ATMAD.
No documento solicitam “que o espaço de tratamento de efluentes seja tapado para que, de uma vez por todas, ninguém seja confrontado com uma ”piscina de porcaria”, no meio das vinhas e de monumentais socalcos”.
Os habitantes reclamam que nem sequer podem desfrutar das suas janelas e varandas, porque também é um atentado à visão.
Segundo Manuel Figueiredo, “a população está descontente e com razão, até na estrada quando se passa de carro se sente o cheiro”. “A população e o Douro não podem continuar a ser sujeitos a esta difícil situação, e se o problema não for resolvido, no prazo de 30 dias, as pessoas estão dispostas a tomar outras medidas” que poderão passar pelo corte da estrada nacional que atravessa a localidade.
A ATMAd foi contactada, mas não fez qualquer declaração sobre esta matéria.