Amílcar Salgado foi o produtor pioneiro desta exportação de novos destinos para os vinhos da Ribeira de Oura. “Tudo nasceu numa visita de um escanção que trabalha num dos melhores restaurantes do Canadá. Ele provou e gostou dos nossos vinhos e, assim, saiu a primeira remessa para Toronto”. A Quinta de Arcossó já exporta para a Suíça e França e agora este produtor sublinha que, “este primeiro passo, pode ser uma mais-valia comercial para outros viticultores da região”.
Quanto ao sucesso dos vinhos no estrangeiro, Amílcar Salgado refere que assenta em três variáveis fundamentais: “o clima, a terra e o homem”. Em Arcossó, os brancos, os tintos e os rosés são produzidos nas encostas viradas para a ribeira de Oura e para o vale do Tâmega. Por tudo isto, não é por acaso que a empresa “Lavradores de Feitoria” quer implementar um modelo já seguido na região do Douro, em que pretendem juntar alguns produtores/engarrafadores desta zona de Vidago.
As castas mais comuns nos vinhedos são a Touriga Nacional, Tinta Amarela, Tinta Roriz, Touriga Franca, o Bastardo e Tinta Barroca. Sendo que o Bastardo tem dado resultados muito bons, ao nível da elaboração do rosés. “Muitos dos exemplares, de onde tirei o material vegetativo, eram cepas centenárias. É uma pena deixarmos delapidar este património que outros criaram, cuidaram, conservaram e nós, agora, acabamos por não o rentabilizar, não o viabilizar”, disse ao Nosso Jornal, este viticultor. Nos brancos, as castas mais correntes são o Arinto, João Pires, Moscatel Galego, Códega e Malvasia Fina, havendo a intenção de introduzir o Alvarinho e Sercial.
Este produtor detém no mercado a marca “Padrão dos Povos”, que representa uma homenagem aos povos da região e às duas lápides de pedra cilíndricas na ponte sobre o Tâmega, em Chaves.