Começa amanhã a 5ª edição do Festival Internacional de Teatro “Vinte Sete”, uma organização do Teatro de Vila Real que este ano conta, novamente, com a parceria do Teatro de Bragança e da Associação Chaves Viva, e vai decorrer até ao dia 27 de Abril.
Rui Araújo, coordenador do Departamento de Produção e Programação do Teatro de Vila Real, destacou como uma das novidades desta edição a realização de uma co-produção entre a casa de espectáculos vila-realense e a companhia Visões Úteis, cuja peça, “O Anzol”, surge de uma residência artística de mais de duas semanas e terá a sua estreia no dia 23 de Abril.
Por outro lado, também o Teatro de Bragança está envolvido numa co-produção, desta feita com a companhia lisboeta “Teatro de Garagem”, da qual irá resultar uma produção dividida em duas partes (apresentadas amanhã e sábado) e que marca ainda o 20.º aniversário do grupo de teatro.
“Queremos aproveitar a organização do festival para apoiar a criação nacional”, revelou o mesmo responsável, referindo que a região pode assim ter um papel activo “na promoção da diversidade estética e na descentralização das artes”.
Amanhã, primeiro dia de festival e altura em que comemora do Dia Mundial do Teatro, para além da estreia nacional, em Bragança, da co-produção “Odisseia Cabisbaixa”, será apresentado ainda o “Recital”, um espectáculo protagonizado pelos actores Vítor Norte e João Lagarto. “Não é um recital de poesia, não é uma peça de teatro. Não são sketches nem é stand-up comedy. Não são quadras ao desafio, não é um improviso, não é um espectáculo de jograis. Não é um musical, não é uma performance, não é um jornal falado. Não é dança, não é drama, não é comédia”, explicam os promotores do espectáculo, revelando que se trata sim de “um recital envolvente, de ritmo avassalador”.
Outro dos destaques desta edição do “Vinte e Sete” vai para o espectáculo “As Dunas” do Centro Dramático Galego que, marcado para o Teatro de Vila Real, no dia 8, é “uma espécie de pastiche com um pouco de aventura, um pouco de crítica política, um pouco de erotismo e muito riso”.
Entre os trinta espectáculos em agenda, de sublinhar ainda “A Verdadeira Treta”, com José Pedro Gomes e António Feio, que sobem ao palco vila-realense no dia 17, e ao de Bragança, no dia seguinte.
Com uma forte componente no que diz respeito ao Serviço Educativo, o festival vai apresentar aos espectadores de palmo e meio da região “O que aconteceu na Terra dos Procópios”, a última produção da companhia de teatro Filandorra, bem como, para os alunos do 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, a peça “Family Matters”, da Companhia de Teatro da Inglaterra.
Na programação complementar, o destaque vai para o concerto do americano Mike Doughty e dos espanhóis Marful.
Mais, no âmbito do Festival, irá ainda realizar-se um workshop de quatro dias sobre técnicas de representação para cinema e TV, orientado por Marcantonio Del Carmo.
“No ano passado somamos 5000 espectadores. Este ano esperamos ultrapassar os seis mil”, revelou Rui Araújo recordando dois aspectos fundamentais para esse acréscimo, nomeadamente o facto dos espectáculos marcados para Chaves já se realizarem no recém-inaugurado e mais espaçoso Centro Cultural, bem como o facto de, no Teatro de Vila Real, estarem mais espectáculos agendados para o grande auditório.
Com um orçamento de 60 mil euros, o Festival reunirá 19 companhias e grupos de cinco países diferentes num total de 30 espectáculos, sendo que as bilheteiras variam em cada sala de espectáculos, oscilando entre os 2 e os 12 euros.