À VTM, esta responsável deu conta de que dos vários tipos de violência doméstica e no namoro, a violência online tem vindo a crescer nos últimos anos, dadas as facilidades com que os meios informáticos e as redes sociais são utilizados.
“As redes sociais estão a tornar-se num instrumento que pode ser usado de forma negativa”, referiu, acrescentando que esse tipo de agressão ou assédio é cada vez mais usual em pessoas que “usam esse mecanismo para controlar outra pessoa, que é vítima”.
Elisa Brites alerta que, além da violência física, verbal e psicológica, a violência online deixa sequelas nas vítimas e, dada a evolução das tecnologias, é recorrente.
“Esta violência refere-se a qualquer tipo de agressão ou comportamento persuctório através do uso de novas tecnologias como email, chtroom, instante messaging, websites e blogues, redes sociais, SMS e MMS, onde se pode troçar de outra pessoa, partilhar informações que não correspondem à verdade, ameaçar ou insultar”.
No entanto, as situações de violência no namoro, que são denunciadas, são “muito poucas”. Segundo Elisa Brites, “os jovens entendem esse tipo de condutas como normais num contexto de uma relação de namoro e, portanto, desvalorizam-nas, o que faz que só peçam ajuda quando a situação já se tornou de tal maneira grave, que muitas vezes não é a própria vítima que faz a denúncia, mas os amigos e familiares”, apontou.
Quanto aos dados relativamente à região, a APAV aponta que tem sido na ordem “das centenas de novos processos” no ano de 2018, apesar de a estatística ainda não estar concluída. Contudo, adiantam que 85 por cento das denúncias correspondem a situações de violência doméstica.
Eugénia Almeida, vereadora da autarquia e também conselheira municipal para a igualdade, não deixou de estar presente nesta ação de formação, que encheu o grande auditório do teatro, para salientar que a igualdade de género e o combate contra a violência fazem parte da agenda do município.
“Ao longo deste tempo, temos trabalhado para alertar as pessoas para este tipo de problemática. Acreditamos que uma sociedade mais informada é uma sociedade mais livre e é isso que pretendemos que os nossos jovens estejam mais informados acerca dos problemas e que saibam resolvê-los e saibam sobretudo pedir ajuda”.
Neste sentido, na sessão “O namoro… amor ou violência”, a PSP e a GNR fizeram questão de estar presentes e de participar nas iniciativas, sensibilizando os jovens para este tipo de práticas.
De referir que há sensivelmente um ano, um estudo nacional revelou que 56 por cento dos jovens são vítimas de violência no namoro.
Violência online ou cyberbullying tem vindo “a crescer”
"A forma da violência ajusta-se à evolução dos tempos”. Foram estas as palavras proferidas por Elisa Brites, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), à margem de uma ação de formação no âmbito do Dia dos Namorados, promovida pela escola profissional NERVIR e pela autarquia de Vila Real.
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