Depois de um interregno de quase dois meses, a carreira aérea transmontana voltou à sua actividade normal. A rota está a ser garantida pela empresa Aeronorte, pelo menos durante os próximos nove meses, durante os quais decorre o concurso público internacional, para escolher a nova transportadora que vai explorar o serviço.
“Foi publicado hoje, no Jornal Oficial das Comunidades Europeias, o concurso público internacional para a concessão da carreira área que liga Bragança, Vila Real e Lisboa”, anunciou, no dia seis, Paulo Campos, Secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações.
Depois de a última Sexta-feira ter sido marcada pelo regresso à actividade da rota aérea entre Trás-os-Montes e a capital do país que se encontrava suspensa desde o dia 17 de Março, na Terça-feira foi o próprio governante a usufruir daquele serviço, para se deslocar entre Lisboa e Bragança, onde esteve reunido com todos os autarcas da região, com o intuito de fazer “um ponto de situação” sobre as acessibilidades.
Paulo Campos adiantou que, ainda este ano, deverá ser conhecida a empresa a quem será entregue a exploração do serviço que, até Fevereiro do próximo ano, é mantido pela Aeronorte, empresa a quem o Governo fez uma adjudicação directa, para garantir a continuidade dos voos, enquanto decorre todo o processo burocrático do concurso público internacional.
No mesmo dia, Henrique Batista, responsável pelo Aeródromo de Vila Real, adiantou que já foram abertas as propostas, no âmbito da criação do Plano Director daquela infra-estrutura.
“Foram apresentadas cinco propostas e o valor de adjudicação ronda os 75 mil euros”, referiu o mesmo responsável.
O Plano Director do Aeródromo vai envolver não só a pista e o seu alargamento aos 1.800 metros de comprimento, mas, ainda, a intervenção em todo espaço envolvente, como a torre de controlo e áreas de segurança e, “caso a resposta do Instituto Nacional de Aviação Civil” decorra de forma célere e depois de um estudo de viabilidade, poderão ser conhecidos mais pormenores, dentro de quatro meses.
Apesar das ligações aéreas acabarem por se constituir como centro das atenções da visita do Secretário de Estado Adjunto, o encontro com os autarcas serviu para fazer um ponto da situação sobre as acessibilidades, em geral, na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, nomeadamente as Concessões da Auto-Estrada Transmontana, do Túnel do Marão e do Douro Interior.
“Durante o mês de Maio, vamos adjudicar o Túnel do Marão e, recentemente, abrimos as propostas para a Auto-Estrada Transmontana que, até ao final deste ano, será também adjudicada, bem como a concessão Douro Interior”, recordou Paulo Campos, sublinhando que o Governo está a “trabalhar, com tenacidade e energia, para que tudo corra como o que estava planeado, dentro dos prazos”.
Segundo frisou o Secretário de Estado, Vila Real está entre os primeiros distritos, no que diz respeito à taxa de execução do Plano Nacional Rodoviário e, dentro em breve, também Bragança vai colocar-se à frente deste “ranking”.
Relativamente aos anseios deixados pelos autarcas, ficou o alerta para a necessidade de “melhorar as ligações inter-regionais e às sedes de concelho, as Estradas Municipais e Nacionais da região”.
Maria Meireles