Cerca de 70 expositores estiveram presentes em mais uma edição da Feira de Gastronomia e Artesanato, na NERVIR, um certame que, na sua nona edição, foi palco da apresentação do livro “Bisalhães – Memórias sem futuro?”.
Cerca de 18 mil pessoas visitaram a 9.ª edição da Feira de Artesanato e Gastronomia (FAG) da Nervir, Associação Empresarial de Vila Real, que decorreu entre os dias 30 de Novembro e 3 de Dezembro.
Durante a cerimónia de inauguração do certame, foi apresentado o livro “Bisalhães – Memórias sem futuro?”, uma obra da autoria de Alberto Tapada e que leva o leitor a fazer uma viagem pela história da arte de moldar o barro negro de Bisalhães.
O livro também mostra a realidade de hoje, fazendo o retrato dos oleiros que ainda “resistem” e dão continuidade a este tipo de artesanato regional. No entanto, o livro também questiona o futuro desta arte, única, pelas suas características.
Durante a apresentação da obra, voltou a sublinhar-se o facto de os oleiros estarem a envelhecer e de não haver jovens que dêem continuidade ao artesanato de Bisalhães.
“Não haverá o desaparecimento do barro de Bisalhães, porque temos capacidade de encontrar as condições para dar resposta às dificuldades”, garantiu Ascenso Simões, mostrando-se confiante nos benefícios do Quadro de Referência Estratégico Nacional para a região, ao nível das suas três linhas centrais: a coesão territorial, a competitividade e a valorização dos recursos humanos existentes.
Nazaré Pereira, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Real, lembrou que, com o lançamento da obra de Alberto Tapada, “estamos a honrar o nosso passado e a preparar o futuro”, lembrando que é necessário trabalhar, para que esse futuro “não passe pelo desaparecimento de tradições e produtos regionais”.
Manuel Coutinho, Presidente da Nervir, sublinhou o facto de a região de Trás-os- -Montes e Alto Douro ser a “mais pobre do país” e ainda a “menos atractiva ao grande investimento”, e prova disso é o facto de ser a única onde “não está sedeada nenhuma das 500 maiores empresas a operar em Portugal”.
“O artesanato e a gastronomia não podem deixar de ser apoiados, enquanto ingredientes essenciais ao turismo”, sublinhou o dirigente associativo, lembrando a importância da FAG como motivadora dessas duas áreas.
Segundo Manuel Coutinho, o apoio ao artesanato, por parte da Nervir, “não se esgota” com a organização do certame e a obra apresentada é prova disso.
O livro “Bisalhães – Memórias sem futuro?” que a Nervir preparou, em parceria com a Câmara Municipal de Vila Real e a Junta de Freguesia de Mondrões, “significa um grito de alerta, a que ninguém pode ficar indiferente, já que estão em causa símbolos da identidade histórica, cultural e económica de uma região”.
Maria Meireles