Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024
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“20 anos depois, as lutas e os desafios mantêm-se”

Numa altura em que a crise é uma realidade comprovada pelo encerramento de centenas de empresas na região, torna-se cada vez mais premente que os empresários possam encontrar forma de “falar a uma só voz”. No distrito de Vila Real, a NERVIR tem representado o papel aglutinador do tecido empresarial. Depois de 20 anos de existência mantêm--se alguns desafios e outros surgem como a aposta na formação profissional e a exigência de uma discriminação positiva para o interior do país.

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“O futuro, hoje, como nunca, está nos resultados alcançados em cooperação e em rede”, considerou Manuel Coutinho, presidente da Associação Empresarial de Vila Real (Nervir), durante a cerimónia do 20.º aniversário da instituição que continua empenhada no “combate às assimetrias regionais” e no desenvolvimento da economia regional.

Criada em 1998, primeiro como um pólo da Associação Industrial Portuguesa, a Nervir transformou-se, logo no ano seguinte, e por “vontade e força do empresariado regional”, numa associação empresarial autónoma, mantendo-se embora como delegação funcional da associação mãe. “Defendemos uma maior descentralização com maior responsabilização”, explicou Jorge Rocha de Matos, presidente da AIP, lembrando que ao longo de 20 anos, e de várias tentativas para que o mundo empresarial funcionasse a uma só voz, “muitas das lutas e dos desafios mantêm-se”.

O mesmo responsável associativo lembrou que, já em 1993 apresentou uma proposta, ainda adequada à realidade actual, para o desenvolvimento “de uma filosofia de redimensionamento, reestruturação e internacionalização das empresas”. “Se de mãos dadas não conseguirmos encontrar o caminho para o desenvolvimento”, sozinhos este desafio ainda se torna mais complexo, referiu Rocha de Matos, lamentando que muitas vezes os portugueses preferem “ser donos a 100 por cento de algo que rende pouco do que a 30 por cento de algo que rende muito mais”.

Além do esforço no reagrupamento, fusão e cooperação entre empresas, o presidente da AIP sublinhou que o país precisa “olhar para além do Atlântico” no que diz respeito à internacionalização e, em vez de apostar apenas nos vizinhos europeus como Espanha, França, Inglaterra e Alemanha (países que absorvem 76 por cento do comércio internacional português) deve adoptar uma estratégia de diversificação, desenvolvendo a comercialização de produtos para países dos continentes americano e africano.

Com cerca de 350 associados efectivos, a Nervir tem pautado a sua actuação exactamente pela difusão da ideia de “o nosso vizinho não deve ser considerado um inimigo mas sim um aliado”, bem como tem feito, nos últimos anos, um esforço de internacionalização dos produtos vila-realenses, contando já com mais de “dez missões empresariais na Europa, Brasil e China”.

Segundo Manuel Coutinho os projectos de futuro da associação empresarial passam também pela aposta na formação sendo de realçar a sua escola profissional, que para além do investimento ao nível da sua infra-estrutura, conta hoje com um leque mais alargado e diversificado de cursos, mas também os cursos de formação para desempregados e certificação de competência para activos.

No âmbito da comemoração das suas duas décadas de existência, a Nervir atribuiu a distinção de sócios honorários a 15 individualidades, entre as quais ex-dirigentes como Zeferino Boal e José Magalhães Correia, ao presidente da AIP e a Manuel Martins, Adriano Anta e Valente de Oliveira.

O aniversário ficou ainda marcado pela assinatura de dois protocolos, com a BP e a TMN, que, à semelhança de muitos outros já assumidos pela Nervir, vão trazer vantagens para os seus associados.

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