Em declarações à VTM, o empresário revela que os pais lhe deixaram uma “herança fantástica”, apesar das dificuldades que sempre aparecem num caminho que nem sempre é fácil de trilhar. “Hoje é um dia de grande alegria para esta família que foi possível manter ao longo dos últimos 25 anos”, afirma, adiantando que nada disto era possível se não tivesse uma equipa empenhada e motivada para alcançar o sucesso. “Tenho uma excelente equipa atrás de mim. Sem ela, isto não seria possível”.
Em 1994, a produção diária era de 300 a 400 quilos de alheiras por dia, hoje são produzidas seis a sete toneladas diárias. “Começamos com 25 funcionários, hoje temos 40. Quando começamos não havia máquinas e o volume de faturação era muito baixo. A evolução ao longo do tempo trouxe as máquinas, foi possível diminuir a mão de obra e aumentar a capacidade”.
2 MILHÕES INVESTIDOS
Nos últimos dois anos, foram investidos dois milhões de euros na reestruturação total da empresa. “Neste momento, estamos a 60 por cento da nossa capacidade. Temos alguns contratos em vista para aumentar a produção, que pode ser mais 40 por cento. O importante é criar novos circuitos de trabalho, mantendo sempre a maneira mais tradicional de saber fazer”, explicou Tiago Ribeiro, acreditando que a empresa “pode chegar mais longe”. “É um orgulho poder seguir algo que os meus pais começaram. A minha mãe era mais cautelosa e o meu pai tinha uma visão do futuro, que ainda hoje tem. Foi muito bom agarrar nesta empresa e colocá-la em outro patamar”.
ALHEIRA RENDE 30 MILHÕES AO CONCELHO
Enaltecendo o trabalho desenvolvido pela empresa, a presidente da câmara de Mirandela, Júlia Rodrigues, esteve na inauguração das novas instalações e sublinhou à VTM que a alheira tem uma “importância económica extrema para o concelho”. “Há quem diga que a alheira é igual em toda a região, outros dizem que são todas diferentes, resultado de ser um produto artesanal”. O que é certo é que foi a alheira de Mirandela que ganhou expressão nacional e internacional graças à industrialização”, sublinha, adiantando que este negócio ultrapassa os 30 milhões de euros. “As 10 empresas produtoras, 10 cozinhas regionais e cerca de 20 lojas de vendas, criaram cerca de 700 postos de trabalho”.
De salientar ainda que foi eleita uma das sete maravilhas da gastronomia nacional e distinguida com o prémio Portugal Cinco Estrelas.