Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
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A arte dos cucos

Ave dos bosques, que até serve para dar as horas nos relógios suíços, senhor de voz característica que o distingue do resto da passarada, o cuco é um bicho espertalhão. Na altura da postura, em vez de fazer o ninho como manda o regulamento da Natureza para os animais de pena, prefere aproveitar os ninhos já construídos por aves mais pequenas que ele, e é lá que põe os ovos. Claro que o malandro não tem a ousadia de ir perturbar o ninho de uma águia ou de um milhafre, sendo certo de que, se o fizesse, saía de lá depenado – na melhor das hipóteses – ou direitinho para as barrigas dos filhotes do invadido. Assim, roubando o ninho a quem não se pode defender, tem casa garantida, sem pagar renda nem imposto. É, para todos os efeitos, um parasita.

É assim que a Natureza – que todos julgam perfeita – também tem os seus defeitos. Há o trigo e há o joio – e que melhor exemplo para comprovar o parasitismo que é muito comum na tal Mãe que, decerto, sente pena por ter filhos assim.

Por este andar da conversa já viram que, se na sociedade actual houver também quem se aproveite do trabalho dos outros para depois daí tirar benefício, nada mais é senão uma cópia do mundo natural.

Podemos dizer que os cucos desenvolveram esta arte de parasitar com tal eficácia, que lhes tem assegurada a preservação da espécie. A arte dos cucos é, sobre este aspecto, testada e garantida. Só

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