Quinta-feira, 18 de Abril de 2024
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“A curto prazo serão criados 1000 postos de trabalho”

Num ano “intenso” para Vila Real, Rui Santos acredita que o melhor ainda está para vir, com a criação de mil postos de trabalho através de investimentos privados que estão a ser concretizados no terreno e outros que poderão vir a instalar-se no concelho. Sem rodeios, aborda todas as questões, como a fatura da água, o edifício do Parque, os transportes públicos e muitas novidades para 2017, ano em que finalmente Vila Real poderá receber a tão desejada Loja do Cidadão… 

 

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Foi um ano repleto de novidades para o concelho de Vila Real. Há alguma em particular que gostaria de destacar? 

Em sequência dos investimentos que foram anunciados ao longo do ano, destaco todas aquelas que estão relacionadas com a perspetiva de que Vila Real pode a curto prazo ter cerca de mil postos de trabalho, com a implementação do Hospital da Luz, do Trofa Saúde, o Call Center da Altice, o grupo Ibersol, a JOM, o investimento da Kathrein Automotive, o novo pavilhão de apoio a empresas que vai ser construído no Régia Douro Park, entre outros. Há ainda outros projetos, como a instalação de três hotéis, mas ainda não posso adiantar mais pormenores.

 

Quer dizer que os mil empregos poderão ser criados no próximo ano? 

Alguns desses empregos serão criados no próximo ano, nomeadamente no Call Center da Altice, que vai criar mais 200 postos de trabalho. Este Call Center emprega pessoas desde os 18 aos 60 anos, com formação variada, desde o ensino secundário ao universitário e o salário médio ronda os 700 euros. O Régia Douro Park tem lá instaladas mais de 30 empresas que empregam hoje 100 pessoas, mas este número vai aumentar com a construção em sete lotes, já negociados com as empresas que irão ali nascer. A Kathrein tem 430 funcionários, mas no final do próximo poderá ter 600. Os hospitais vão gerar emprego altamente qualificado e também vão gerar empregos indiretos, como serviço de refeições, de limpeza, entre outros.

Como estão a avançar as obras destes investimentos no terreno? 

No Hospital da Luz, que ficará instalado no antigo hotel Tocaio, as obras iniciaram-se e a demolição do edifício começará no início do ano. Do atual edifício só ficará a fachada. Segundo os promotores do projeto, deverá ficar a funcionar no último trimestre de 2017. O Hospital da Trofa deverá entrar em funcionamento no segundo trimestre de 2018. Já são visíveis as obras deste último, atrás do Shopping. Este hospital será uma construção nova.

A JOM vai instalar-se em breve em frente ao Shopping, concretamente no estacionamento de terra batida. O grupo Ibersol vai abrir um espaço perto da rotunda da Honda, onde também já começaram obras de limpeza do terreno.

 

Sempre foi um defensor do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD). Enquanto autarca quais as suas expectativas sobre o futuro desta unidade de saúde, uma vez que foi muito crítico no passado. Tudo está igual ou mudou a qualidade do serviço prestado por esta unidade hospitalar?

As minhas críticas são independentes do governo que está em funções, não são do passado. O centro hospitalar precisa de profissionais qualificados. Hoje tem cerca de 40 especialidades e 30 delas funcionam de forma regular, mas há 10 em que há escassez de recursos humanos, nomeadamente anestesistas e cirurgia vascular. É um problema do país, que não formou profissionais suficientes nestas áreas. A área da anestesia é muito importante, porque sem estes profissionais não há operações, por exemplo. Neste momento, o CHTMAD tem cerca de 12 anestesistas, mas cinco ou seis estão de baixa e o quadro precisaria de mais 10 ou 11. Ao nível nacional, formaram-se cerca de 20 profissionais desta área neste ano e só Vila Real necessitaria de quase todos. É um problema que será resolvido a médio prazo, dado o número de profissionais que estão a ser formados nesta área para o futuro.

O centro hospitalar também necessita de investimento em equipamentos tecnológicos, como um acelerador linear para a oncologia, que foi prometido há vários anos. Posso adiantar que o senhor ministro da Saúde já anunciou que durante o ano de 2017 vai ser aberto um concurso para a compra de um acelerador linear. Outra medida anunciada pelo ministro foi a referenciação de todos os doentes do Nordeste Transmontano para o CHTMAD, na área da oncologia. Apesar de tudo isto, tenho consciência que não é num ano que se recupera aquilo que foram quatro anos de desinvestimento no CHTMAD, que levou a 11 milhões de prejuízos por ano, e que foi compensado com recurso ao seu capital social.

 

Conciliar serviços públicos com privados, na área da saúde, é possível numa cidade pequena como é Vila Real? 

Vila Real é a cidade mais litoralizada do interior do país e cada vez mais o motor económico e social de toda a região. Acho que é possível e até desejável e não sou eu apenas que o digo. Quem faz investimentos que podem chegar aos 50 milhões de euros na área da saúde, não os faz sem ter feito um estudo rigoroso da viabilidade económica do investimento. 

A vinda destes hospitais privados vai ajudar a fortalecer o centro hospitalar, porque os médicos que estão no público podem fazer um complemento salarial no privado. Aliás, temos exemplos, na área da anestesia, em que dois médicos foram para o litoral ganhar metade do que ganhavam aqui, mas complementam o salário no privado. O facto de termos cá hospitais privados irá provavelmente tornar o CHTMAD mais apetecível para os médicos que podem prestar serviço no público e no privado.

  

"O Governo deve tentar trazer a Tesla para Portugal. E Vila Real tem as condições ideais para ser alvo desse investimento. Digo-o porque tenho informação privilegiada que me faz crer que isso é possível"

 

A Tesla em Vila Real é um sonho difícil de realizar. Que argumentos tem um território como o nosso para incentivar Elon Mask a instalar aqui uma fábrica desta natureza? 

O Governo deve tentar trazer a Tesla para Portugal. E Vila Real tem as condições ideais para ser alvo desse investimento. Digo-o porque tenho informação privilegiada que me faz crer que isso é possível. A Tesla está associada a boas faculdades de engenharia, sendo que Porto, Braga e Vila Real têm bons departamentos de engenharia. A Tesla não pretende instalar-se num grande centro, já que os preços dos terrenos são muito mais caros, ao mesmo tempo tem como objetivo ter perto um aeroporto internacional e um porto marítimo, sendo que Vila Real está a menos de uma hora dessas infraestruturas. Estamos também perto de Espanha e temos uma mais-valia na área da ecologia, uma vez que esta região está integrada num património mundial da Unesco. Esta mais-valia é importante para a Tesla em termos reputacionais, ficar localizada numa área que é património mundial. Só Évora tem características idênticas às nossas. Temos boas condições e se houver lógica nesta aposta e se Portugal ganhar, somos um bom trunfo para apresentar à Tesla. Sei que é difícil, mas acredito que é possível. É preciso sonhar, ousar e tentar.

 

"Continuaremos a apostar na economia nomeadamente na zona empresarial, numa candidatura de 14 milhões de euros"

 

E onde se instalaria?

Há várias alternativas. Temos uma candidatura de 14 milhões de euros para a instalação de uma nova zona empresarial e para infraestruturar esses terrenos, portanto era um bom local para instalar a Tesla. Poderia não ser a giga fábrica. Poderia ser a área de software, com técnicos altamente especializados, por exemplo.

 

Mas haverá muitos lobbies sobre este grande investimento?

Tenho a consciência que muitos competirão por esta fábrica, mas acredito muito naquilo que tem sido a mensagem do primeiro-ministro, que tem dito que é necessário implementar o programa de coesão territorial, no qual estão fixadas 160 medidas. E aqui está a possibilidade de mostrar em concreto que esse plano poderá ter sucesso, se optar por colocar este projeto no interior do país, uma região deprimida e que nos últimos anos viu fugir 20 mil habitantes. Aliás, já transmiti esta mensagem ao primeiro-ministro, que a registou. Uma das diferenças da Vila Real de hoje para a do passado é que não temos medo de arriscar e ousar.  

 

A distribuição dos fundos comunitários não está a correr nada bem, nomeadamente para o interior, com discrepâncias enormes para os números do litoral. Como alterar este paradigma?

Começa a raiar o inaceitável, o escândalo, olharmos para o site da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN) e verificarmos que, até outubro, a Área Metropolitana do Porto tinha aprovado, no âmbito do Portugal 2020, 1098 projetos, apoiados com 370 milhões euros, enquanto a CIM Douro tinha aprovado 68 projetos abaixo dos 25 milhões de euros. Com estes dados pergunto que coesão territorial será conseguida? Para alterar isto há que abrir avisos específicos para o interior e reprogramar o Portugal 2020. Há que escolher e optar pela instalação de grandes infraestruturas no interior. Este será o caminho para inverter esta realidade.      

 

Qual o ponto de situação da concessão dos transportes públicos à Rodonorte. A câmara recorreu ao ajuste direto, mas o processo principal, movido pela Avanza, ainda está em tribunal. O que pode garantir aos vila-realenses sobre esta situação?

Em primeiro lugar lembro que tivemos um grande ganho financeiro com o concurso público que foi aberto. A autarquia pagava 600 mil euros de compensação indemnizatória por percursos que eram idênticos aos que hoje temos e neste momento pagamos 200 mil. Portanto, ao fim de 10 anos, pouparemos 4 milhões de euros. Esta poupança acontecerá independentemente de quem venha a ganhar o concurso (Rodonorte ou Avanza), uma vez que as duas propostas foram apresentadas com o mesmo valor. O júri do concurso decidiu que tecnicamente a proposta da Rodonorte era mais vantajosa e alcançou uma pontuação superior. A Avanza protestou, avançou para tribunal, colocou uma providência cautelar que não teve provimento. Estão, naturalmente, a defender os melhores interesses deles. O processo está a decorrer de forma normal, mas é pena que este processo não termine rapidamente para fazermos o alargamento de linhas. Iremos cumprir aquilo que o tribunal decidir, mas deixo a garantia que os transportes públicos irão continuar a funcionar e os vila-realenses nunca serão prejudicados. Ao contrário da Avanza, nós defendemos o interesse público.    

 

Há então expectativas da rede de cobertura ser alargada a breve prazo? Para onde?

Sim, só não foi ainda alargada por causa do processo judicial. No concurso que lançamos estava previsto, por exemplo, o alargamento até ao largo de Borbela, até ao Centro Escolar de Mouçós via Raia-Mateus, até ao centro de Andrães, apanhando o Centro Escolar do Douro e o Régia Douro Park, ou até Vila Marim, via Agarez. Estes alargamentos poderão ser complementados.

 

"Em 2016 tivemos um orçamento de 26,5 milhões de euros. Em 2012, o orçamento foi de 45 milhões. E faço uma pergunta aos vila-realenses: onde é que notaram de diferença? "

 

Em três anos, a autarquia conseguiu abater 7 milhões de euros de dívida herdada. Qual a situação financeira atual da autarquia?  

Provavelmente vamos conseguir abater mais um bocadinho… sei que serão mais de sete milhões de euros em 3 anos. Nós temos um problema grave na EMAR que é conhecido. Já a autarquia deve 15 milhões de euros entre aquilo que é dívida consolidada da autarquia e da Vila Real Social. A nossa capacidade de endividamento cresceu de forma substancial e somos um município amigo dos fornecedores, que paga a 2 dias. De acordo com a lista da Direção Geral das Autarquias Locais somos a quinta melhor do país neste aspeto. Quando entrei era de 35 dias, mas o meu objetivo não é pagar dívida, é ganhar folga para alavancar projetos que farão a diferença para Vila Real.

 

O edifício do Parque quando terá uma solução?

É um processo complicado. Teve efetivamente um interessado, no entanto quando começou a negociar com os credores deparou-se com um processo de penhora de vários milhões de euros e desistiu. Para mim, o edifício do Parque não tem solução, ou seja a única solução aceitável é a demolição, já que construir ali alguma coisa é congestionar ainda mais a Avenida 1.ºde Maio, com mais algumas centenas de carros a circular.

Pergunto aos vila-realenses se vale a pena gastar 12 milhões de euros para resolver um problema que foi criado por executivos anteriores? O que iremos deixar de fazer para investir ali? Sei que tem um impacto visual muito negativo. Se decidirmos investir ali esta verba, muita coisa ficará por fazer. E é esta ponderação que teremos de fazer no futuro.    

 

Quais são as prioridades do atual executivo para 2017, ano de eleições autárquicas?

Continuaremos a apostar na economia nomeadamente na zona empresarial, numa candidatura de 14 milhões de euros. Em concurso está também a construção de um pavilhão de apoio empresarial para a instalação de empresas, ao lado do Régia Douro Park. Assumimos ainda a responsabilidade de avançar com as obras na Escola Secundária de S. Pedro, que são mais de 4 milhões. Começaremos a implementar o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) no valor de 16 milhões. Terminaremos o investimento em curso, no saneamento, de 11 milhões e lançamos um de mais 6 milhões de euros, no vale da Campeã. São investimentos que faremos com apoio comunitário.

Depois há obras que não têm comparticipação que são fundamentais, como as nossas estradas no mundo rural, que se encontravam muito degradadas. Já vamos no terceiro pacote de investimentos. No primeiro ano foram 700 mil euros, no ano passado 1,6 milhões, e no próximo ano mais de 2 milhões de euros. Serão cerca de 5 milhões num mandato. Resolveremos o acesso a Montezelos, num investimento de mais de 1 milhão de euros. Lançaremos o programa de salvaguarda do barro preto de Bisalhães. Todo este investimento fará a diferença na vida das pessoas. No próximo ano poderemos ainda abrir a loja do Cidadão de Vila Real, mas ainda não posso dizer a localização.

Tenho uma expectativa muito grande sobre a instalação da Unidade de Saúde Familiar Nuno Grande no edifício inacabado que fica ao lado do hotel Miracorgo, mas isso depende do Ministério da Saúde. Iremos continuar a animar a cidade com mais e melhores iniciativas. A empresa Águas do Norte vai instalar-se numa ala do Seminário, em que cerca de 80 pessoas virão trabalhar para o centro histórico. E continuaremos sempre a lutar pelos fundos comunitários e a tentar captar investimentos de grande envergadura.

 

Acha que tem conseguido fazer mais com menos?

Claramente e os números demonstram-no. Em 2016 tivemos um orçamento de 26,5 milhões de euros. Em 2012, o orçamento foi de 45 milhões. E faço uma pergunta aos vila-realenses: onde é que notaram a diferença? Ou seja, o que foi feito com 45 milhões que não tenha sido feito  com 26,5? E a minha conclusão é que com 26,5 milhões foi feito muito mais do que com orçamento de 45 milhões. Das duas uma, ou o orçamento estava errado e empolaram as contas ou então só faziam coisas com muito dinheiro.

 

A nova edição do Circuito Automóvel já tem data marcada, mantém o WTCC e o ETCC, mas espera ainda incluir uma fórmula. Pode explicar o que poderemos esperar da edição do próximo ano, para além de se estender por dois fins de semana e incluir motas. 

Sim, existe a possibilidade de recebermos a Fórmula 4. É um processo que ainda não está completamente fechado, mas será uma boa notícia voltar a ter fórmulas no circuito, que recentemente foi votado como o melhor circuito urbano do mundo.

Provavelmente teremos também um segundo fim de semana, com 15 dias de diferença e teremos uma demonstração de motas para depois percebermos que adaptação poderá ser feita no futuro, para recebermos provas deste tipo. Temos a marca da segurança que queremos preservar. 

 

O investimento feito nas corridas tem compensado?

Sem dúvida. Desde 1931 que as corridas são uma paixão e só mesmo em Vila Real é possível realizar corridas e condicionar a vida das pessoas, acessos, negócios. É um caso de paixão e também de razão, já que temos um cartaz que nos permite chegar a 46 milhões de pessoas (dados de 2015), que tem um retorno financeiro imediato para o concelho de vários milhões de euros e um retorno indireto de 90 milhões. Mais do que isso, este evento trouxe Vila Real para as bocas do mundo, a nível nacional e internacional. E sinto isso mesmo quando estou fora do país, há pessoas que me abordam e perguntam o que está a acontecer em Vila Real. E provavelmente a atração de investimento também tem a ver com Vila Real estar no seu radar, uma vez que ‘o que não é visto não é lembrado’.

 

É, portanto, uma aposta ganha?

Sim, que deve continuar e se possível melhorar. 

 

Vai candidatar-se a um novo mandato no próximo ano?

Ainda não sei, esse é um processo em curso. Fui candidato pelo Partido Socialista, em nome de um movimento designado Avançar, que uniu gente do PS, PSD, CDS, PCP e BE, independentes, portanto a primeira conversa que tenho de ter é com o PS, e será na Comissão Política que se vai decidir quem é apontado como candidato. Mas também quero ouvir a sociedade e perceber o seu sentimento. Vamos avaliar o que foi feito, se valeu a pena, se os objetivos foram alcançados, se as promessas foram concretizadas, e avaliaremos também o futuro, em que veremos quem terá melhores condições para seguir esse percurso e esse movimento.

 

Mas não considera estar em boas condições para voltar a ser candidato?  

Sim e por isso estarei disponível para analisar a possibilidade de me recandidatar, mas também, com humildade, estou disponível para apoiar alguém que tenha melhores condições para ser candidato.

 

Não haverá ninguém para isso?

Vamos ver…

“Fomos o único município do país que baixou a fatura da água”

Alguns vila-realenses andam preocupados com o preço da água que é praticado no concelho. Muitos dizem mesmo que a fatura tem duplicado, nomeadamente devido à mudança de contadores. O que se passa de facto, quer explicar? 

Em primeiro lugar sublinho que fomos o único município do país que baixou a fatura da água, tal como demonstra a Entidade Reguladora. O que aconteceu foi que durante um determinado período houve acertos, porque estávamos a cobrar a água, o saneamento e os resíduos sólidos urbanos com dois meses de atraso. Esta situação estava a provocar muitas reclamações e a dar prejuízo a muitos vila-realenses. Por exemplo, quando há uma fuga de água a pessoa só a deteta quando recebe a fatura. Com esses dois meses de atraso, só ao receber a fatura em setembro, por exemplo, dava conta da fuga que tinha começado em julho. Devido a essa decalagem, tivemos casos de munícipes com faturas de 700 euros em dois meses seguidos, até à reparação. Era uma prática inaceitável, que recebemos da anterior gestão. Além disso, os dois últimos meses do ano eram feitos por estimativa, o que levou a empresa a incorporar quatro milhões de euros de prejuízo no seu capital social. Para resolver isto, começamos a contabilizar mais 4 a 5 dias nas faturas em vez dos 30 dias usuais, para recuperar um mês. No entanto estávamos a chegar ao final do ano e continuávamos com o problema por resolver. Por isso decidimos em setembro cobrar mais 15 dias (em média), mas agora já voltou tudo à normalidade. Sabe, eu não empurro os problemas com a barriga para a frente. Mesmo sendo impopular, tivemos que o fazer.

E apesar de termos baixado a fatura em 8 por cento, algumas pessoas dizem que pagam mais, porque os contadores começaram a contar. Os contadores têm um prazo médio de vida de 10 anos, altura em que devem ser substituídos, sob pena de estarem a contar mais ou menos. Claro que as pessoas só se queixam quando têm de pagar mais. E para que todos paguemos menos, temos de pagar aquilo que realmente consumimos. Quando foi feita a auditoria à empresa, em 2013, constatamos que 2500 dos 26000 contadores instalados pela EMAR contavam zero. Não é por acaso que herdamos um problema na EMAR de 14 milhões de euros.

Por último, há um problema que é o facto do saneamento, a água e os resíduos estarem incluídos na mesma fatura, e de não haver nenhuma forma de fazer essa divisão. Por isso, à medida que consumimos mais água, é inferido que consumimos mais resíduos e saneamento, o que nem sempre é justo. E quem faz reciclagem não é recompensado, o que é outro problema.  Seja como for, a partir de janeiro vamos reduzir mais 2 por cento na fatura da água. A descida de 8 que fizemos até agora implica uma perda de receita de 600.000 euros por ano na empresa, que ficam no bolso dos consumidores.

 

 

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